Marca Pessoal – Dimitri Vieira https://dimitrivieira.com Escrita Criativa, Storytelling e LinkedIn para Marcas Pessoais Mon, 22 May 2023 09:39:44 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.6.2 https://dimitrivieira.com/wp-content/uploads/2022/05/cropped-Frame-9-1-80x80.png Marca Pessoal – Dimitri Vieira https://dimitrivieira.com 32 32 Suas histórias, sua marca: como narrativas pessoais fortalecem sua imagem e seu nome https://dimitrivieira.com/suas-historias-sua-marca/ https://dimitrivieira.com/suas-historias-sua-marca/#respond Mon, 22 May 2023 09:18:05 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=9178 Algumas dúvidas que mais costumo escutar quando o assunto é construção de marca pessoal são sobre como separar a vida profissional e a vida pessoal, e até que ponto faz sentido compartilhar vulnerabilidades e intimidades.

Parte dessas dúvidas nascem porque é comum uma transferência da abordagem clássica de construção de marca de empresas para pessoas.

Apesar de algumas etapas fazerem sentido para os dois cenários, existe uma diferença muito grande também.

No caso de uma empresa, existem alguns atributos que precisam ser construídos e moldados conforme o que a marca deseja transmitir, como o tom de voz.

No caso da marca pessoal, a maioria dos atributos já existe. É uma questão de escavá-los e entender a melhor maneira para trazê-los à tona, porque será a partir desses atributos que a marca se forma numa estratégia de posicionamento.

Nisso, a distinção entre vida pessoal e vida profissional pode se tornar um obstáculo.

Claro que ninguém deveria se obrigar a compartilhar tudo o que vive nas redes sociais, mas, quando existem muitas restrições para separar a vida pessoal da profissional, a construção da marca costuma ser bem mais difícil.

Então, um bom ponto de partida é entender que você pode, sim, colocar limites no que deseja ou não compartilhar. Mas entenda também que não deve existir essa separação entre profissional e pessoal.

Um exemplo que gosto para facilitar o entendimento disso é pensar que você acabou de dar uma palestra e quer comemorar esse momento. Essa comemoração seria profissional ou pessoal? Difícil bater o martelo, não é?

Deixando essa separação de lado, vale reforçar que, em qualquer estratégia de construção de marca, uma das ferramentas mais importantes são as histórias.

Pode analisar.

Se uma empresa tem uma cultura forte e bem consolidada, pode ter certeza que seus colaboradores, clientes e admiradores conhecem alguma, ou algumas, das principais histórias — seja da sua origem, dos fundadores, ou de alguns clientes e cases de sucesso famosos.

Agora, costuma ser bem mais difícil pensar e catalogar as principais narrativas de uma empresa do que as de uma pessoa.

Se você fizer um exercício de pensar nas histórias e momentos mais importantes da sua vida, que você costuma contar com maior frequência e nos mais variados ambientes, tenho certeza que consegue listar várias em poucos minutos.

Se a cultura de uma empresa se fortalece dessa forma, o mesmo pode acontecer com sua marca. Quando as pessoas passam a conhecer e se lembrar de histórias específicas que você viveu, pode ter certeza que seu impacto e alcance foram bem longe.


Um homem conta as suas histórias tantas vezes que ele se torna suas histórias. Elas continuam vivas após ele partir e, dessa forma, ele se torna imortal.“

— Frase do filme Peixe Grande


E não precisa de uma produção hollywodiana para isso não.

Algumas narrativas que você pode explorar nessa estratégia são:

Viradas de chave

Esse é o exemplo mais clássico, que costuma aparecer com alguns nomes variados (ponto de virada, incidente incitante), e a ideia é captar momentos específicos que marcaram sua vida de uma forma que, depois deles, sua percepção sobre algo mudou drasticamente.

Esse tipo de história costuma chamar a atenção de várias pessoas que se identificam e também de pessoas que podem se atentar a essa percepção graças ao seu relato.

Exemplo mais pessoal: Você pratica o que diz? (ou “por que comecei a fazer terapia”)

Exemplo mais profissional: Quando minha vida se tornou uma vasta página em branco — e como isso me levou à lista dos Top Voices.

Demonstrações de suas Crenças e Valores

Crenças e Valores são alguns dos atributos mais importantes de uma marca, pessoal ou empresarial.

E um detalhe importante é que, por mais que você anuncie e grite para o mundo que você acredita em algo específico, nada será mais convincente e marcante que mostrar aquilo na prática a partir de experiências que você viveu, ou está vivendo.

📝 Exemplo: Tudo em nome dos cliques (e do dinheiro): no Marketing Digital, os fins realmente justificam os meios?

Histórias importantes na sua vida (não apenas profissional)

No fundo, você não precisa se preocupar tanto com o efeito que contar uma história vai proporcionar na sua audiência.

Porque, se algo foi importante para você a ponto de você se orgulhar de contar, tem uma chance gigantesca disso fazer sentido para outras pessoas e acabar marcando-as de alguma maneira.

Uma das maiores belezas do storytelling é que nem tudo precisa ser tão racional assim.

📝 Exemplo não tão racional assim: O dia em que aprendi a fazer bolo (ou quase isso)

Além de narrativas pessoais

Você pode até mesmo trabalhar com histórias relacionadas às suas principais referências e símbolos para associá-las à sua marca.

Por exemplo, se você se inspira muito em algum autor específico, ou autora específica, faz total sentido citar essa referência e de tempos em tempos.

Aos poucos, o próprio nome dessa pessoa acaba se tornando algo que ajuda sua audiência a se lembrar de você.

📝 Exemplo: O dia em que Johnny Cash calou a Casa Branca

Se você notar, vai ver que cada história que eu conto acaba reforçando alguma crença ou valor — mesmo que não seja intencional.

Especialmente quando é algo que você conta com paixão, você acaba transbordando sua essência naquele texto.

Todas essas histórias, inclusive, podem ser revisitadas e recontadas de tempos em tempos.

Use, abuse, conte e reconte. Sem moderação.

Aos poucos, elas ajudam a fortalecer a imagem que as pessoas formam de você e, com o tempo, essa imagem se torna sua marca pessoal.

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A era da adjetivação https://dimitrivieira.com/a-era-da-adjetivacao/ https://dimitrivieira.com/a-era-da-adjetivacao/#respond Wed, 29 Mar 2023 12:36:00 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=9093 Marketing humanizado, conteúdo humanizado, escrita humanizada, produtividade humanizada, RH humanizado.

Recursos Humanos… humanizado.

Não sei se você reparou, mas estamos numa espécie de era da adjetivação.

É como se as áreas não funcionassem mais sozinhas. Elas precisam de um adjetivo e, muitas vezes, esse adjetivo é “humanizado”.

Só que humanizar, por definição, é tornar algo humano, certo?

Isso torna a moda de adjetivar setores ainda mais complexa.

Quando você diz, por exemplo, que seu marketing é humanizado, você implicitamente diz que os outros não são.

É um apontar de dedo sutil para outras pessoas, que não aderiram à mesma moda, para dizer que seu trabalho é desumano.

Aqui, podemos entrar num dilema.

Acusar outras pessoas da mesma área que você dessa forma seria “Marketing Humanizado”?

O próprio conceito nasce como um paradoxo para mim e, por isso, você raramente vai me ver adjetivar alguma área dessa forma.

Mas acho que essa adjetivação é um reflexo de que fomos longe demais em vários aspectos.

Em alguns casos, produtividade se tornou preencher cada minuto livre com mais trabalho; e marketing se tornou vender a qualquer custo.

Mas nunca foi o sentido original.

Então, não precisamos “humanizar” nada disso.

Só precisamos entender qual foi o ponto que passamos do limite, dar um passo atrás e dizer: é daqui que eu começo.

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O podrão resolve (e a Síndrome de The Sims) https://dimitrivieira.com/o-podrao-resolve-e-a-sindrome-de-the-sims/ https://dimitrivieira.com/o-podrao-resolve-e-a-sindrome-de-the-sims/#respond Thu, 09 Mar 2023 12:34:00 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=9090 No fim de noite, pós-balada ou algumas rodadas num bar, nunca vi alguém buscar hambúrguer artesanal para encerrar a noite.

Nem sei se existe essa possibilidade e, se houvesse, ainda aposto minhas fichas que a procura por um podrão seria maior.

Aquele sanduíche mais simples, com todos os ingredientes possíveis, feito na chapa.

Traz até uma certa nostalgia lembrar de alguns finais de noite comendo lanches assim e, com certeza, vários livros poderiam ser escritos apenas observando conversas entre amigos nesses momentos.

O hambúrguer artesanal não chega nem perto disso.

Pois então, na última semana, me vi numa discussão com um amigo sobre duas publicações que tinham objetivos parecidos.

Uma delas era extremamente sofisticada, com um card trabalhado na identidade visual da pessoa criadora — num estilo que você poderia reconhecer a autora só de bater o olho, se você conhece o trabalho dela.

A outra trazia uma imagem extremamente simples tirada de um banco de imagem, daquelas que qualquer pessoa poderia ter compartilhado.

Já viu onde quero chegar?

Os designers de plantão que me desculpem, mas tem momentos que uma identidade visual pode, sim, atrapalhar.

E o motivo está dois parágrafos atrás: a cara do post bem simples, de que “qualquer pessoa poderia compartilhar”, pode falar mais alto em certos momentos e ajudar na performance.

Foi o caso dessa discussão: a versão mais simples teve uma entrega melhor em todos os aspectos que você imaginar.

O podrão resolve.

E para incomodar um pouco mais os designers, faço o mea culpa por aqui para dizer que, muitas vezes, aprimorar o aspecto visual não passa de perfumaria.

Desde que passei a atuar como meu próprio designer, desenvolvi algo que batizei de Síndrome de The Sims.

(Um breve parêntese para dizer que, recentemente, essa era de ser meu próprio designer acabou. Podemos falar mais sobre isso depois.)

Nesse jogo de simulação de vida, você pode criar personagens e controlar suas vidas diárias, além de construir casas, decorá-las, ter empregos, fazer amigos, ter relacionamentos, e basicamente viver como se fosse uma segunda vida virtual.

Nos anos 2000, passei algumas horas jogando à minha maneira.

Digitava klapaucius, seguido de vários “;!” e transformava meu personagem em milionário. Para quem quiser testar, esse era o código — a manha, como dizíamos na época — para ficar rico no jogo.

Depois disso, construía uma mansão e reformava a casa inteira, para deixar tudo lindo conforme minha mente arquiteta infantil.

Com tudo pronto, chegava a hora de jogar de verdade a parte da simulação de vida e perdia a graça para mim.

Lembro de construir incontáveis casas no jogo, mas não me lembro de passar uma hora sequer simulando a vida de um personagem ali dentro.

Foi o que me vi fazendo algumas vezes desde que escolhi apostar em cards e carrosséis para criar conteúdo.

Certas vezes, criei a versão 5.0 mais bonita e refinada de algo que era funcional na 1ª versão. Em alguns momentos, essa versão 5.0 sequer saiu pro mundo.

Além do processo de aprendizado, o design se tornou uma atividade de descompressão para eu exercer a criatividade sem torrar tanto meus neurônios.

E antes que os designers decidam me xingar no Twitter, esse é o processo natural em qualquer atividade criativa.

O problema é que não existe klapaucius na vida real para me sustentar enquanto arrumo a casa.

Se você me perguntar sobre identidade visual, com o tempo, é maravilhoso pensar em algo que remeta à sua marca logo que as pessoas batam o olho.

Mas esse não deve ser o foco, especialmente para quem está começando.

Em vez de gourmetizar toda a experiência, é melhor começar servindo um podrão com guardanapo personalizado e evoluir aos poucos.

Até porque, pensando no consumidor, ninguém vive de podrões na madrugada para sempre.

Se tem algo que você deseja começar, mas continua travado porque falta algo, vale sempre se perguntar se é apenas perfumaria ou não.

Porque, na maioria das vezes, um bom podrão resolve.

Sem passas e sem purê de batata, por favor.

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4 ferramentas gratuitas para te ajudar a construir sua marca pessoal https://dimitrivieira.com/ferramentas-gratuitas-marca-pessoal/ https://dimitrivieira.com/ferramentas-gratuitas-marca-pessoal/#respond Thu, 02 Mar 2023 13:35:05 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=9036 Ao começar uma estratégia de construção de marca pessoal, é comum que as pessoas comecem a criar e compartilhar conteúdo a partir de sua intuição.

Claro que pode funcionar e trazer excelentes resultados, mas também pode te levar a investir esforços em algo que não faça tanto sentido assim.

Por exemplo, investir num tema em alta que traga alcance e curtidas — as famosas métricas da vaidade —, mas que não está alinhado com seus objetivos, nem com seu posicionamento.

Então, em qualquer acompanhamento individual e também no curso de LinkedIn para Marcas Pessoais, faço questão de trazer algumas ferramentas. Nem todas são gratuitas e algumas foram desenvolvidas por mim, a partir da experiência prática.

Porém, algumas ferramentas e métodos gratuitos podem te ajudar demais na hora de se organizar para ter mais clareza e um direcionamento.

No artigo de hoje, listei 4 ferramentas que você pode utilizar de graça e que vão te ajudar bastante a construir sua marca pessoal.

1. Análise SWOT

Provavelmente, é a mais conhecida da lista e, por isso, decidi logo abrir com ela.

Por ser mais conhecida, também costuma ser subestimada às vezes e a verdade é que uma análise SWOT bem feita funciona muito bem como um brainstorm para te ajudar a definir seus próximos passos.

A sigla vem do inglês: Strenghts, Weaknesses, Opportunities e Threats. Numa versão brasileira, poderia ser matriz FOFA: Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças.

A ideia dela é bem simples: separando entre fatores positivos e negativos, cruzados com fatores internos e externos, você preenche cada um dos 4 quadrantes como a imagem mostra.

Não precisa investir muito tempo, nem queimar tantos neurônios aqui. Costuma funcionar melhor como um exercício rápido mesmo para listar pontos que você pode explorar e trabalhar melhor.

2. Antes e Depois

Com a Matriz SWOT (ou FOFA) preenchida, para te trazer ainda mais clareza sobre seus próximos passos, é super válido um exercício de antes e depois.

Para descrever e listar seu momento atual, destacando seu principal ponto forte e seu principal ponto fraco, em contraponto com o que você deseja alcançar.

No caso de reposicionamento de marca, também funciona muito bem traçar o paralelo entre seus diferentes momentos. Como comentei num post recente, estou exatamente nesse momento.

Então, tem um exemplo fresquinho de como preenchi um quadro de antes e depois:

3. Mapa de Referências

Nessa etapa, você terá um excelente direcionamento sobre os temas que você deverá abordar em sua linha editorial e boas ideias para os formatos também.

Agora, vale buscar referências para cada um desses temas e também trazer algumas pessoas especialistas que você admira pelo posicionamento, mesmo que não seja do seu nicho.

O principal objetivo é entender diferentes formas de tratar esses assuntos que você pode trazer para seu estilo próprio.

⚠ Cuidado para não confundir referência com plágio: se algum conteúdo te inspirar a criar algo novo, não custa nada (nem dói) citar sua referência e você ainda melhora a experiência dos seus leitores ao apresentar novas fontes para eles.

Por exemplo, um dos temas que pretendo passar a trabalhar com mais frequência é Creator Economy e, como uma das minhas fraquezas na SWOT era autoridade mais baixa fora do LinkedIn, fiz questão de buscar referências no Instagram.

Nem todos os nomes falam apenas sobre esse assunto, mas acabam trabalhando de uma forma que achei interessante:

  • Rafael Kiso: resultados de pesquisas que dialogam diretamente com criadores de conteúdo, influenciadores e marketing no geral;
  • YOUPIX: estratégias e negócios para Creator Economy;
  • Issaaf Karhawi: influência e plataformas por uma perspectiva mais estudiosa;
  • Trope: consultoria que co-cria soluções para negócios com a Geração Z (tem o foco mais direcionado para vídeos e TikTok, e a forma como trabalham bastidores das campanhas é fantástica).

* Um agradecimento especial ao Cristian Schaeffer, que foi quem me apresentou a Trope.

4. DISC

Se reparar bem, você vai notar que as ferramentas anteriores não te ajudam tanto assim a trazer sua essência para seus conteúdos — o que é um ponto-chave.

Ao trabalhar bem suas habilidades e área de atuação, conciliadas com seus valores e paixões, você consegue construir uma comunidade alinhada com o que você acredita e interessada em se aprofundar nos seus assuntos.

Só tem um detalhe: para funcionar bem, a melhor forma é trabalhar seu autoconhecimento.

Apesar de não ser tão simples encontrar ferramentas gratuitas que te ajudem nisso, uma delas é o DISC.

Uma ferramenta bastante usada por RHs e que te ajuda a entender seu perfil profissional em 4 fatores: Dominância, Influência, Estabilidade e Conformidade.

Para fazer seu teste mesmo e ter acesso imediato a um relatório completo de graça, a melhor maneira que conheço é pelo app do Peixe 30.

Basta preencher o Assessment, que não te toma nem 10 minutos, e você terá acesso a um relatório como esse aqui embaixo.

Clique aqui para fazer seu cadastro no Peixe30 para gerar seu próprio relatório DISC personalizado.

Trabalhando bem com essas 4 ferramentas, você já vai ter um seus próximos passos, pontos fortes e pontos fracos muito bem desenhados para construir sua marca pessoal.

E você, conhece alguma ferramenta gratuita além dessas?

Me conta aí nos comentários!

* Esse artigo é um conteúdo publicitário produzido em parceria com o Peixe 30.

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Você precisa ser “acima da média” para trabalhar sua marca pessoal? https://dimitrivieira.com/precisa-ser-acima-da-media-para-trabalhar-sua-marca-pessoal/ https://dimitrivieira.com/precisa-ser-acima-da-media-para-trabalhar-sua-marca-pessoal/#respond Wed, 23 Feb 2022 04:30:44 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=6749 Essa pergunta do título traz uma dúvida e uma insegurança bem comuns entre as pessoas que desejam começar a compartilhar suas ideias e conteúdos, para construírem sua marca.

Posso te adiantar uma coisa: a maioria dos títulos que levanta uma pergunta costuma ter “não” como a resposta mais direta (especialmente os mais sensacionalistas). E aqui, não vai ser tão diferente assim.

Então, se você quer a resposta curta, é não. Você não precisa ser um especialista para ensinar o que pratica e compartilhar sua jornada de aprendizado.

Porém, quero quebrar essa pergunta em partes com você, porque acredito que ela é um reflexo de alguns outros fenômenos que travam demais quem deseja começar.

O que significa ser “acima da média”?

Você consegue responder isso de forma definitiva?

Acredito que seja bem difícil, porque essa resposta traz um caráter extremamente subjetivo. Além de transmitir uma certa necessidade de validação externa.

É a espera por uma chancela que, em algum momento, chegaria como um tapinha no ombro para dizer que “estamos prontos, somos acima da média”.

E quando você pensa na sua área de atuação, talvez você tenha se destacado em algum momento e essa chancela surgiu justamente no momento de destaque. Mas se você tivesse aguardado que ela aparecesse antes de começar a trabalhar, ela teria aparecido?

Se você me perguntar, acredito que não. Se apenas aguardarmos essa chancela, ela jamais chega.

Quem está exigindo essa chancela de você?

Esse é outro ponto-chave por um motivo bem simples.

Quando comecei a compartilhar minhas ideias no LinkedIn, em 2018, as pessoas que me cobravam por não ser acima da média eram desconhecidos que dificilmente estariam dispostos a colaborar com a minha trajetória de alguma forma.

Nessas horas, algumas pessoas costumam exigir e cobrar com uma facilidade absurda, mas têm uma dificuldade gigantesca para reconhecer ou ajudar. Porque apontar o dedo dá menos trabalho e estender o braço.

Se for um caso de síndrome do impostor, esse assunto pode se estender um pouco mais.


Leia também:

A Síndrome do Impostor para Escritores e a cura para colocar suas ideias no papel


Mas posso garantir que, se você for transparente e ensinar o que pratica, compartilhar sua jornada de aprendizado é um passo natural para te aproximar de outras pessoas interessadas na sua área de atuação, fortalecer comunidades e também a maneira mais simples de fortalecer sua marca no longo prazo.

O que nos leva ao próximo ponto que vale destacarmos na pergunta do título.

“Você precisa”

Essas duas palavrinhas são tão comuns, mas tão comuns em discursos no ambiente online que passei a tomar um cuidado redobrado com elas. Tanto para usá-las na minha comunicação, quanto nos em que me deparo com elas de alguma forma.

E uma coisa que facilitou demais minha vida ao lidar com elas é reformular a frase para transformá-la numa pergunta.

Apesar das pessoas apontarem o dedo bem na nossa cara para dizer “você precisa”, muitas vezes, quem faz essa afirmação é que necessita que nós precisemos daquilo.

Pode fazer o teste e você vai notar que são poucos os casos que a necessidade realmente parte da gente.

Há quem diga que você precisa trabalhar sua marca pessoal, ou será ignorado.

E também há diga que você não precisa, e que o seu trabalho vai falar por você.

Você precisa escolher entre um desses extremos?

Esse é outro mal da internet: o meio-termo parece não existir.

De um lado, você pode encontrar especialistas em construção de marca pessoal apontando o dedo na sua cara, para cutucar a ferida, e dizer que você não terá resultados sem investir na sua marca.

Do outro, pode ver pessoas exigindo ou removendo a sua chancela de acima da média.

Agora, você já sabe.

Transforme os dois extremos em perguntas, porque a decisão e as prioridades são suas.

Se você acredita que está num momento de investir em outras frentes para se tornar acima da média, vai fundo. E pode ter certeza que isso vai refletir na sua marca pessoal.

E se está no momento de focar na sua marca, para dar mais visibilidade ao que você já tem feito e ser reconhecido por isso, não espere chancela alguma. Vai fundo.


“Não ser ninguém além de você mesmo num mundo que está fazendo de tudo — noite e dia —, para transformar você em outra pessoa, significa travar a batalha mais difícil que qualquer ser humano pode travar; e nunca parar de lutar.

— E. E. Cummings


Esse é o momento ao final do texto que eu te apresento, ou te lembro, do curso de LinkedIn para Marcas Pessoais — que desenvolvi para te ajudar a construir sua marca na maior rede profissional do mundo sem abrir mão da sua essência e sem apelar para autopromoção.

São mais de 9 horas de duração para que você domine os três pilares mais importantes para construir seus resultados (além do LinkedIn como ferramenta):

  • Marca Pessoal
  • O Verdadeiro Networking
  • Produção de conteúdo

Eu não ouso dizer que você precisa disso ou daquilo, mas, se quiser construir sua marca na maior rede profissional do mundo, será um prazer ajudar na sua jornada.

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Curso de LinkedIn para Marcas Pessoais
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Se “todos os gurus são picaretas”​, posso ser seu novo guru? https://dimitrivieira.com/novo-guru/ https://dimitrivieira.com/novo-guru/#respond Fri, 17 Dec 2021 14:22:33 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=6008 Uma situação curiosa é o que aconteceu com o termo “guru” nos últimos anos.

Antes, era uma expressão de respeito, para se referir à alguém que aconselha e funciona como guia. Basicamente, um mentor, mestre ou líder influente e respeitado.

Não sei dizer exatamente o momento que isso mudou, mas se tornou um termo pejorativo e passou a ser comum encontrarmos pessoas explorando o termo para se diferenciar dos “gurus”.

Basta dizer que você não pratica, ou não ensina, guruzices, guruzismos e outras variações.

Ou criticar abertamente os tais gurus.

Um fato curioso é que quase todas as críticas que vejo nesse formato não se dão o menor trabalho de explicar quem estão criticando.

E um fenômeno mais curioso passou a acontecer.

Quem seriam os tão falados (e criticados) gurus?

No início da semana, fiz um experimento em meu perfil no Instagram com uma caixa de pergunta, para o pessoal responder: o que você entende por guru, guruzices, guruzismos?

Algumas pessoas chegaram a ser tão específicas a ponto de citar nomes de “grandes gurus do marketing digital”.

Alguns retornos foram relacionados ao sentido original, com conotação positiva, mas quase todas as respostas foram negativas.

Picaretagem e fórmulas genéricas foram tendências entre as respostas curtas.

Também houve quem elaborou mais e minhas três preferidas foram:

  • Pessoa que se exibe como se estivesse falando algo novo, mas só copia conteúdo sem agregar nada da visão dele próprio. Não reflete sobre aquilo que já existe, só replica e repassa, porque o foco dele é mais a imagem que realmente ajudar outras pessoas;
  • Aquelas dicas infalíveis para sair do absoluto zero e vender milhões em 7 dias, que faz tudo parecer simples, só para você comprar o curso;
  • Guruzice é pejorativo. Me remete à mistificação do saber; venda de gato por lebre.

Para fechar, teve até sugestão de corrermos para as colinas: “se eu leio, corro. ‘100% online’ e ‘100% grátis’, também”.

Fiz questão de abrir a discussão com uma pergunta e deixar o pessoal falar, justamente para testar as sensações e experiências negativas que a palavrinha “guru” evoca.

(Se quiser conferir todas as respostas na íntegra, criei um destaque no meu perfil com o nome “guruzices?”)

Fazendo um compilado das respostas, o que seria o novo (e pejorativo) guru?

Diria que o termo nasce por conta de experiências ruins no ambiente online, através do consumo de conteúdo e, principalmente, com cursos online e infoprodutos.

Uma pessoa que se posiciona como especialista e entrega fórmulas prontas e conteúdos rasos, que transformam casos isolados e exceções em soluções universais. E, muitas vezes, trazem discursos e serviços desconectados da prática — quando ensinam algo que elas não praticam, ou dizem algo diferente do que fazem.

E advinha só o que passou a acontecer.

Se eu atacar seu guru antigo, posso tomar o lugar dele?

Uma palavrinha de quatro letras se tornou uma fórmula pronta para atacar fórmulas prontas.

Basta dizer “guru” e deixar que a pessoa do outro lado preencha com suas experiências negativas. Ou pior, atacar os gurus, genericamente mesmo, e deixar que o termo funcione como uma lacuna.

Um ataque a um inimigo comum que nem preciso conhecer. Basta entregar a fórmula e quem ler preenche a variável.

Em vez de entregar respostas prontas, deixa eu te perguntar: você acredita que usar fórmulas para atacar fórmulas é um discurso desconectado da prática?

No fim das contas, ao compartilhar suas ideias e impactar as pessoas, você se torna uma espécie de guru para elas — no sentido original da palavra.

Atacar guruzices se tornou uma forma de trilhar esse caminho: se todos os gurus são picaretas​, posso ser seu novo guru?

E o ponto é: atacar fórmulas prontas e conteúdos rasos usando fórmulas prontas e conteúdos rasos não seria um discurso desconectado da prática?

Não seria uma forma de transformar casos isolados em regras universais?

Mas a conotação negativa de guru não nasceu para criticar esses comportamentos?

Então, o que acontece quando criticar guruzices se torna uma guruzice?

Atacar o inimigo comum se tornou um nicho

Escolha sua rede social preferida.

Escolha um fenômeno ou pessoa com muita visibilidade.

Prepare seu arsenal de pedras e ataque, incessantemente.

Até você conquistar seu espaço por lá.

O ataque ao inimigo comum deixou de ser um posicionamento para mostrar seu ponto de vista, para se tornar um nicho de conteúdo.

Atirar pedras virou uma estratégia para atrair outras pessoas que façam o mesmo e, com as pedras atiradas, construir palcos.

Ataque os gurus por tempo o bastante e, logo, você também será um guru.

Por isso, quando vejo expressões como “absoluto zero”, “100% online e 100% gratuito”, “guru” e “guruzice”, minha percepção é a mesma.

Fórmulas genéricas querendo me empurrar algo, mesmo sendo termos extremos, e com intuitos muito parecidos.

Com uma grande diferença: somente os ataques aos gurus apelam para a polarização para promover uma imagem ou um serviço.

Apesar das inúmeras críticas e sensações negativas que o pessoal descreveu, incentivar pontos de vista extremos para se favorecer não apareceu entre as características do tal guru.

E como entregar respostas prontas é a última coisa que quero com esse texto, não tenho a menor pretensão de fechar dizendo que você “não deve criticar gurus”.

Em vez de escolher um lado, bater o martelo e ditar regras, prefiro perguntar: precisamos mesmo de tanta polarização?

Entre o 8 e o 80, por que não o meio-termo?

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Marca Pessoal: o que você precisa entender para começar a construir a sua https://dimitrivieira.com/o-que-e-marca-pessoal/ https://dimitrivieira.com/o-que-e-marca-pessoal/#respond Wed, 24 Nov 2021 12:51:42 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=5967 Desde que alguns conceitos como Marca Pessoal, Marketing Pessoal e Personal Branding se popularizaram, existe bastante confusão sobre o que significa cada um deles.

Se eles são a mesma coisa ou não e, principalmente, como eles se relacionam na prática.

Então, já fica aí um spoiler: apesar da similaridade entre os nomes, não são sinônimos.

Antes de falarmos sobre o que é uma Marca Pessoal, vale simplificarmos um pouco da confusão que circula por aí.

O que não é Marca Pessoal?

Autopromoção exagerada

Há quem acredita que basta pegar um megafone, gritar para os quatro cantos da internet e do mundo o quanto você é bom, e voilà, temos uma Marca Pessoal forte e consolidada.

Independentemente dos resultados e do quanto você é bom de serviço, essa é apenas uma maneira simples de mostrar que seu único interesse é falar de si próprio.

E acredito que você vai concordar comigo que essa não é lá uma das melhores maneiras de se construir uma marca confiável, não é mesmo?

Falar apenas de trabalho

Seguindo essa linha da autopromoção, uma alternativa natural para escapar dela é falar apenas de trabalho.

Em vez de se vangloriar explicitamente, você mostra seu trabalho e deixa que as pessoas tirem suas próprias conclusões.

Funciona melhor?

Sim, mas sua Marca Pessoal vai muito além de postar sobre o que você faz de trabalho.

Postar conteúdo na internet

Também vai muito mais longe de criar uma publicação e apertar o botão “compartilhar” numa rede social.

Claro que postar conteúdo é fundamental, mas, se não existem fundamentos, objetivos e estratégias, suas publicações podem ser apenas tiros no escuro.

Ter uma logo para sua marca

Outra confusão é a ideia de que ter uma logo seria sinônimo de Marca Pessoal.

Apesar de ser um belo passo na construção de uma marca, pela associação visual que ganhamos com o símbolo, também não é garantia de nada.

E agora sim, estamos prontos para falar sobre o primeiro dos três conceitos que trouxe no primeiro parágrafo.

O que é Marketing Pessoal?

Para essa definição, gosto de dar dois passos atrás e começar por Market, mercado em inglês.

Com um “ing”, transformamos a expressão em verbo e temos Marketing — que gosto de encarar como um conjunto de ações e ferramentas para inserir uma marca (ou pessoa, no caso de Marketing Pessoal) no mercado.

E quando falo em “inserir no mercado”, digo isso num sentido bem próximo de colocar-se numa prateleira, para oferecer serviços e permitir que as pessoas construam uma percepção a partir que veem.

É justamente nesse ponto que entra o segundo conceito.

O que é Marca Pessoal?

Quando falei que postar conteúdo sem fundamentos e objetivos pode ser um tiro no escuro, isso tem tudo a ver com a Marca Pessoal.

Porque a marca é basicamente um sistema de crenças, valores e símbolos que representam uma pessoa (ou empresa), seu trabalho e seus serviços.

A logo entraria como um dos símbolos e falar do seu trabalho seria apenas uma finalidade.

Postar conteúdo é apenas um meio, que entraria em Marketing, e, se você me perguntar, não daria um lugar para a autopromoção exagerada.

Onde entra o Personal Branding?

No fim das contas, é como se o Marketing Pessoal fosse o “como”; a Marca Pessoal seria o “que” somado ao “por que”; e o Personal Branding entra como a gestão entre os dois.

É quando você entende que existe uma marca associada a você e se posiciona de forma estratégia e intencional, para consolidar sua marca através do marketing.

E para fechar:

Como construir a sua marca do zero?

Preciso adiantar que essa é uma pergunta capciosa.

Não se constrói uma Marca Pessoal do zero, mas se escava.

E isso é uma excelente notícia porque significa que sua marca já existe. Resta apenas entendê-la, identificá-la e trazê-la a tona da melhor forma possível em seu posicionamento:

Quando você tem clareza das suas crenças e valores, e entende quais símbolos incorporar na sua comunicação, fica muito mais fácil que as pessoas te encontrem na prateleira com a percepção ideal.

Isso não significa agradar a todos que passarão por ali, mas atrair pessoas alinhadas com o que você acredita.

Até porque, no fim das contas, o trabalho que não merece críticas também não merece ser aclamado.

E o papel do Marketing, ao espalhar ideias, não deve ser de convencer ou ludibriar pessoas a consumir seu produto. Mas sim, encontrar as pessoas que precisam dele.

Bônus

Este texto é um resumo da aula “Marca Pessoal: o que você precisa entender para começar a construir a sua”, que abre o Módulo 2, sobre Marca Pessoal, do curso de LinkedIn para Marcas Pessoais.

Decidi deixar a aula 2 disponível na íntegra para você, que leu até aqui, conferir. É só apertar o play logo abaixo.

Essa é apenas a aula introdutória do módulo 2, que recebe o nome de “Planejamento de Marca: preparando o campo de batalha” é um verdadeiro curso intensivo e prático, para você entender como construir e consolidar sua Marca Pessoal.

Ele sozinho tem exatamente 1h e 57min de duração e, se eu quisesse, até poderia “embalá-lo” e vendê-lo separado como um curso de Marca Pessoal.

Se tiver interesse, clique aqui e dê uma olhada na ementa, para ver que não estou exagerando.

E, se você quer construir sua marca pessoal na maior rede profissional do mundo, tenho uma excelente notícia para você.

O curso de LinkedIn para Marcas Pessoais está disponível pela metade do preço, até 23:59 do dia 26/11 (vulgo próxima sexta).

De R$ 357,00, por R$ 178,50.

Só o módulo 2 já poderia valer bem mais que o valor que você irá investir no curso.

Se um dos seus objetivos para começar 2022 com tudo é construir sua marca no LinkedIn sem apelar para autopromoção e sem abrir mão de sua essência, esse é o momento.

Faça sua inscrição clicando aqui e será um prazer ajudar em sua jornada 🙂

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O jogo virou e a “fanfic” do momento é a de “um LinkedIn sem fanfics” https://dimitrivieira.com/um-linkedin-sem-fanfics/ https://dimitrivieira.com/um-linkedin-sem-fanfics/#respond Wed, 27 Oct 2021 12:29:30 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=5326 “Por que o LinkedIn é uma rede social tão odiada?” era o título de uma matéria da uol, que saiu em agosto de 2021.

Na época, ensaiei escrever algo como resposta, porque o texto generaliza os conteúdos que circulam pelo LinkedIn de uma forma incômoda.


“Com tantos usuários querendo ‘vender o peixe’, o conteúdo do LinkedIn vaza para outras redes sociais com publicações problemáticas, polêmicas ou apenas clichês demais.”

— “Por que o LinkedIn é uma rede social tão odiada?”, Marie Declercq


Também relutei em escrever esse artigo por um motivo que você logo vai entender.

Mas logo reparei que a matéria é reflexo dos conteúdos linkedianos que ganham maior destaque em outras plataformas.

É uma resposta natural odiar o LinkedIn, se você acompanha apenas os prints que circulam pelo Twitter.

Da mesma forma que o deboche da página das Fanfics Corporativas sempre me arrancou boas risadas, sendo um raro motivo que me fazem lembrar que o Facebook ainda existe.

Antes de encerrar a matéria, como numa nota de rodapé, Marie Declercq coloca Murillo Leal como porta-voz para dizer que existem bons conteúdos de pessoas que não defendem esse ‘mundo mágico’ do LinkedIn.

Será que o problema é só esse “mundo mágico”?

As fanfics corporativas não são o problema do LinkedIn

Entre 2018 e 2019, o LinkedIn era facilmente um dos canais em que eu mais consumia conteúdo.

Sabia de cabeça o dia da semana que algumas pessoas que admiro postavam novos artigos, e fazia questão de acompanhar cada publicação.

Nessa época, as histórias mirabolantes de superação já circulavam. Só não haviam sido batizadas como fanfics corporativas ainda.

E mesmo “conteúdos de valor” sendo subjetivos, eles também sempre existiram.

É uma simples questão de escolher o que você prefere consumir — que insistimos em complicar.

Sabe aquela máxima que a culpa nunca é da ferramenta, mas de quem a utiliza?

Por isso, acredito que as fanfics são apenas um reflexo do principal problema por aqui: a Lei do Mínimo Esforço.

Mesmo que existam profissionais incríveis compartilhando conteúdo, boa parte escolhe publicar o que for minimamente trabalhoso e traga o máximo alcance possível.

É por isso que vemos publicações como essa:

Em números, são praticamente imbatíveis. Na métrica de resultado por esforço, mais ainda.

Nessa mesma conta, entram as histórias mirabolantes e vários clichês que viralizam no Twitter e nas Fanfics Corporativas.

No fim das contas, os criadores das histórias mirabolantes, do “clique duas vezes na imagem”, “comenta ‘eu quero'” e cia. estão dançando a mesma música, com coreografias bem parecidas.

Cheguei a escrever sobre conteúdos assim algumas vezes, mas logo entendi que criticar esse comportamento funcionava apenas como posicionamento. Entre os autores, quase não surte efeito.

Maior alcance, menor esforço, a conta fecha e é isso o que produzem.

Em vez de insistir nessa, fiz uma faxina caprichada no meu perfil e limpei as fanfics.

Porém, um novo gênero surgiu.

Um LinkedIn sem fanfics também é uma fanfic

Hoje, tenho a impressão que metade dos conteúdos viralizam são histórias mirabolantes de reviravolta. Enquanto, a outra metade critica essas histórias.

As anti-fanfics, que atacam os excessos e clichês do LinkedIn, se tornaram um nicho de conteúdo.

Num primeiro momento, parecem assuntos que se contrapõem. Mas, se você olha bem, as semelhanças podem assustar.

Templates prontos, temas em alta e uma lição de moral no final — essa é a fanfic.

Troque a lição de moral pelo deboche, ou adicione um X ao que você quer critica, e voi-la.

Clique duas vezes se você não aguenta mais os posts de “clique duas vezes”.

Em alguns casos, também há referência para bons conteúdos no mesmo padrão de nota de rodapé da matéria da Marie Declercq.

“Não escreva fanfics. Você precisa escrever conteúdo real” é quase um mantra.

Num vídeo recente, incorporei um personagem que te ensina a viralizar no LinkedIn e brinquei justamente com essa situação.

— Além das fanfics, tem outro jeito muito mais fácil de viralizar.  É só você criticar e debochar dessas histórias, falando que é tudo utopia e que o negócio mesmo é conteúdo de verdade!

— Aí eu pego, faço um post desse e, no próximo, começo a escrever conteúdo de verdade?

— Não, não, não, não, não. Pode parar com isso, porque esse negócio aí dá muito trabalho e não é garantido que vai viralizar. O segredo é criticar e debochar. Criticar e debochar.

(Para conferir o vídeo na íntegra, é só clicar aqui.)


Um apontar de dedo distante, um anúncio do problema e uma menção à solução. A prática fica em segundo plano.

Eu penso na queda do Facebook e imagino duas pessoas correndo para o LinkedIn ao saber da notícia.

A primeira anuncia: “pode preparar para encontrar lições que o pessoal aprendeu com a queda do Facebook”, enquanto a segunda escreve essas lições. Parece até um trabalho em dupla quando olhamos assim.

No fim das contas, é uma paródia da música que ditava as coreografias anteriores, mas a letra pouco muda.

O que nasceu como um movimento contra algo que não trazia conteúdos reais acabou se tornando uma estratégia bem próxima do que tanto criticava.

O ódio do Twitter e o deboche das Fanfics Corporativas invadiram o LinkedIn, com uma grande diferença: a autopromoção entra em jogo.

Se, antes, era um movimento natural. Hoje, não é mais.

A autopromoção das histórias exageradas ganhou traços auto-depreciativos e ganhamos no deboche. Mas o posicionamento contra os excessos se tornou o novo excesso — com seus próprios toques performáticos.

O jogo virou, a fanfic do momento é a de um LinkedIn sem fanfics, e nasceu uma nova espécie de avatar entre os usuários da rede.

Além do personagem que vive mais reviravoltas em um dia do que a Ilíada completa, ganhamos o personagem que repete esses acontecimentos para atacá-los exaustivamente.

E existe solução, por acaso?

Outra máxima diz que, se você não faz parte da solução… você é parte do problema.

Atacar um inimigo comum é perfeito como porta de entrada para se apresentar aos inimigos de seus inimigos. Se focamos demais nisso, incentivamos a polarização e estamos a um passo de ataques pessoais.

Talvez, esse movimento seja novo no LinkedIn. Fora, certamente não é, e quem acompanha política sabe como pode ser bem perigoso.

Depois de um monólogo com mais de mil palavras discutindo sobre “apontar o dedo sem praticar”, não vou encerrar com o mantra de “você precisa escrever conteúdo real”.

Inclusive, foi por isso que evitei escrever este texto por algum tempo.

Se as fanfics eram a camada original e as anti-fanfics inauguraram uma sub-camada, agora, estaríamos no terceiro nível do subsolo.

Então, este artigo não é exatamente parte da solução.

E, se você quer uma frase de efeito antes de fecharmos, tenho mais perguntas que respostas.

Quando você escreve e compartilha algo com o mundo, o que você valoriza mais: o que tem a dizer ou a quantidade de pessoas que te aplaudiriam por dizer isso?

No que você prefere investir tempo e energia: criticando e reclamando de algo que não acredita, ou nas ideias que você acredita e defende com unhas e dentes?

Como você acredita que pode ajudar as pessoas aqui na rede?

Se quiser ir mais longe, como você quer ser lembrado?

Começando por aí, é uma bela forma de não esquecermos os bons conteúdos numa nota de rodapé — como vem acontecendo.

Antes que eles passem a ser tão utópicos quanto um LinkedIn sem fanfics.

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A jornada da “Jornada do Herói” e um exemplo prático de construção de marca pessoal a partir do marketing de conteúdo https://dimitrivieira.com/como-nasceu-a-jornada-do-heroi/ https://dimitrivieira.com/como-nasceu-a-jornada-do-heroi/#respond Fri, 01 Oct 2021 14:41:03 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=5217 Tem boas chances que você já conheça a Jornada do Herói, ou pelo menos tenha ouvido falar nela — especialmente se clicou neste artigo.

Sua versão reduzida em 12 etapas se tornou uma espécie de obsessão no Marketing Digital e, muitas vezes, é ensinada como se fosse a única maneira de se contar histórias. Até por isso, existe também um movimento contrário que insiste em apontar o dedo para a Jornada do Herói e dizer que ela não funciona.

Enquanto isso, é bem raro acompanharmos uma discussão sobre a origem da estrutura que, hoje, se popularizou como a Jornada do Herói.

E essa história é uma das melhores formas de responder se ela funciona de verdade, ou não, e como faz sentido aplicá-la.

De bônus, você ainda vai conhecer um exemplo prático de construção de marca pessoal usando o Marketing de Conteúdo.

A busca pelas regras não escritas sobre como escrever um bom roteiro

Conheça Christopher Vogler.

Após trabalhar alguns anos na FOX, em 1992, Vogler era Analista de Histórias na Disney e trabalhava no setor de live action sem grandes destaques, mas estava prestes a trabalhar num dos maiores filmes da história até então: O Rei Leão.

Cada estúdio em Hollywood tinha um batalhão de pessoas atuando dessa forma — como ele próprio comenta em sua entrevista ao Bulletproof Screenwriting Podcast.

Numa espécie de missão pessoal para facilitar sua própria vida, ele decidiu encontrar algo que funcionasse como um guia para analisar os milhares de roteiros em seu trabalho.

Hoje em dia, são tantas opções de livros sobre storytelling, que chega a ser difícil escolher qual ler primeiro.

Nessa época, porém, não era tão simples encontrar como estruturar uma narrativa a partir do que se deve incluir numa história e o que vale a pena evitar.

Foi exatamente isso que Vogler encontrou quando ele descobriu o livro “O Herói de Mil Faces”, de Joseph Campbell — que teve sua primeira versão publicada em 1949.

Neste livro, Campbell constrói o conceito do monomito a partir de uma extensa análise da mitologia, fábulas e lendas. Nesse estudo, ele identificou uma sequência de etapas que os protagonistas passavam até completar sua jornada e se tornar um herói.

Antes, George Lucas já havia creditado o trabalho de Campbell na construção do roteiro dos três primeiros filmes lançados da saga Star Wars e, claro, isso foi um grande reforço para que Vogler aprofundasse seus estudos no monomito.

Com os milhares de roteiros que tinha contato como Analista de Histórias, Christopher Vogler testou a estrutura de Campbell, originalmente com 17 etapas, que o ajudaram a ter um norte para verificar o que torna uma história interessante e emocionante para o público.

Foi nesse momento que ele enxergou que tinha algo com um potencial gigantesco em suas mãos.

Um viral na época dos compartilhamentos via xerox e fax

Chegou o momento de adaptar de vez os conceitos e a estrutura de Campbell para o universo dos filmes e dos roteiros.

As 17 etapas se tornaram 12 e Christopher Vogler fez questão de escrever sobre elas, em apenas 7 páginas, no formato dos memorandos corporativos bem populares na época, com o nome de Um Guia Prático para o Herói de Mil Faces.

E fez isso de forma intencional, para criar um diferencial para seu próprio nome e incentivar as pessoas a falar sobre a jornada do herói e, consequentemente, sobre ele.

Esse memorando espalhou muito rápido e viralizou numa época em que os compartilhamentos aconteciam apenas via máquinas de xerox e fax.

Então, não demorou muito para que o nome de Vogler ficasse associado ao nome de Campbell, Star Wars e à Jornada do Herói.

Também não demorou para que alguém tentasse assumir os créditos pelo seu trabalho.

O chefe de produção do estúdio, Jeffrey Katzenberg, encontrou uma cópia do memorando e o recomendou em uma reunião de altos executivos. Porém, os créditos foram para um executivo, que removeu a folha de rosto original e enviou o documento em seu nome.

Felizmente, Christopher Vogler ficou sabendo disso bem rápido e fez questão de escrever uma carta para Katzenberg, contestando o que havia acontecido, assumindo os créditos pelo memorando e pedindo para ter uma participação maior no processo de criação das histórias do estúdio.

A resposta foi um convite imediato para que Vogler assumisse um cargo no departamento de animação, que havia sido recentemente reativado e emplacava um sucesso atrás do outro, com filmes como A Pequena Sereia, A Bela e a Fera e Aladdin.

E também havia uma empolgação enorme em torno do próximo projeto da Disney, que seria Pocahontas.

Mas Vogler foi trabalhar no que era visto como o time B, num projeto que, até então, tinha o nome de Rei da Selva.

Ele ainda não sabia tão bem o tamanho da influência de seu memorando, mas encontrou logo de cara um quadro de cortiça oficial da Disney Animation, onde estava fixado o storyboard inteiro para o Rei da Selva — com 12 etapas fixadas como espécies de placas de sinalização.

Suas 12 etapas da Jornada do Herói, que deram origem ao livro “A Jornada do Escritor: Estrutura Mítica para Escritores”.

O resto é história.

Aliás, são histórias. Muitas delas você provavelmente conhece.

E se você me perguntar se a jornada do herói funciona ou não, a resposta estava na capa do artigo o tempo inteiro.

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Do anonimato ao sucesso mundial: como o Storytelling, a Construção de Marca e o Marketing trabalharam juntos em La Casa de Papel https://dimitrivieira.com/la-casa-de-papel-marketing-e-storytelling/ https://dimitrivieira.com/la-casa-de-papel-marketing-e-storytelling/#respond Wed, 14 Jul 2021 15:10:37 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=4805 Preciso confessar: tenho um sério problema com hypes.

Se aparece uma série nova e, imediatamente, vejo todas as pessoas falando sobre ela nas redes sociais, minha reação é não querer assistir.

Então, quando uma série é muito comentada, acabo assistindo apenas depois de um tempo.

Breaking Bad, por exemplo, fechou sua última temporada em 2013 e só fui começar a ver a série dois anos depois.

Com La Casa de Papel, foi bem parecido.

Primeiro, tive preguiça da série. Agora, depois de maratonar as 4 temporadas nas últimas semanas, entrei para o time que fala sobre ela nas redes sociais.

Um detalhe que pode passar despercebido é que, antes do sucesso, a série fracassou.

Hoje, La Casa de Papel é a produção da Netflix mais vista na história da França, Itália, Argentina, Chile, Brasil e Portugal.

Porém, quando foi lançada, os episódios eram transmitidos apenas em um canal de TV aberta na Espanha, Antena 3. A série não emplacou, sua audiência caiu muito desde a estreia e todo o elenco se despediu quando terminaram as filmagens da 2ª temporada.

Terminava ali a série espanhola.

Foi nesse momento que a Netflix comprou a série e a adicionou ao seu catálogo.

No início, não houve qualquer ação de marketing. Apenas uma capa a mais para as pessoas navegarem e encontrar na plataforma de streaming.

Por isso, nem os mais otimistas do elenco esperavam que a série se transformasse no fenômeno que se tornou.

E, se ela não precisou de marketing, foi porque o próprio Storytelling e a construção narrativa de La Casa de Papel cumpriram esse papel.

Se você ainda não assistiu, prometo evitar spoilers para preservar sua experiência com a série e te incentivar a abrir a Netflix assim que terminar a leitura.

Se já assistiu e gostou, este artigo vai esclarecer alguns bastidores que justificam o sucesso da produção espanhola.

Vamos desconstruir juntos alguns princípios do Storytelling usados na série, que ajudaram na construção do fenômeno mundial que La Casa de Papel se tornou.

Uma breve sinopse para quem não viu

Um grupo de oito ladrões e seu líder, que atende pelo nome de Professor, decide executar o maior roubo da história — ao invadir a Casa da Moeda da Espanha — após cinco meses reunidos planejando e antecipando tudo o que poderia acontecer durante o roubo.

A narrativa mostra sempre duas fases diferentes: o planejamento e a execução do roubo, além de trazer alguns flashbacks com lembranças dos personagens.

Dessa forma, temos sempre um paralelo entre o que foi pensado e o que, de fato, aconteceu.

Se pensarmos em “filmes de assalto” famosos, existe um certo clichê de um roubo espetacular acompanhado de um plot twist — uma reviravolta na trama que leva a história para outra direção.

Claro que existem exceções, mas os 11, 12 ou 13 homens e seus segredos não me deixam mentir.

Só que, em La Casa de Papel é diferente.


“Por muito tempo, havia uma regra não escrita de que os filmes de ação eram vazios e superficiais, e os filmes mais íntimos e sensíveis eram chatos. Nós mesclamos os dois conceitos.”

— Álex Pina, Criador Produtor Executivo e Roteirista


Os personagens

O roubo espetacular e a reviravolta podem impressionar, mas não criam uma conexão entre o público e o filme (ou série). Uma forma de se fazer isso é com os personagens.

E a série aproveita muito bem o tempo maior de tela, se comparada a um filme, para mostrar os bastidores dos personagens no momento certo.

Logo de cara, sabemos que eles estão envolvidos com a invasão da Casa da Moeda. Aos poucos, conhecemos o passado de cada um e o qual foi a motivação para fazê-los roubar a Casa da Moeda.

Uma prova de como a narrativa faz isso bem e no timing perfeito é Berlim — interpretado por Pedro Alonso. Ao nos apresentar seu passado, La Casa de Papel transforma um dos personagens mais desprezíveis da trama em um dos mais queridos pelo público.

Cada um dos personagens principais tem, pelo menos, uma qualidade e uma fraqueza apresentadas. Da mesma forma que os admiramos, nos identificamos com eles.

Nesse caso, o melhor exemplo é o Professor. Um gênio, idealista e com uma capacidade de planejamento fora de série. Ao mesmo tempo, apresenta vários traços do típico nerd, com dificuldades para interagir e socializar.

Esse é um dos primeiros passos da série para nos fazer enxergar que ela vai além de apenas um roubo.

Mas não é isso que nos deixa vidrados diante da tela para maratonar os episódios.

O conflito

La Casa de Papel é um verdadeiro duelo de xadrez entre o grupo liderado pelo Professor e a polícia, com a possibilidade constante de algo dar errado e comprometer o plano.

Esse é o conflito externo da série, com a disputa entre personagens.

Além dele, acompanhamos e conhecemos também os conflitos internos dos protagonistas.

E o ponto-chave da série: o conflito extra-pessoal.

Com o roubo, o grupo não está interessado apenas no dinheiro. E quando invadem a Casa da Moeda, eles não declaram guerra apenas contra a polícia, mas contra o sistema.

A luta, então, se torna filosófica — contra injustiças da sociedade.

Quando o Professor faz as contas de quanto os bancos da Espanha faturaram no ano anterior e pergunta se era justo, isso fica evidente.

Na própria história, o grupo de ladrões entende que, se roubassem a instituição Casa da Moeda sem maltratar os reféns e expondo suas fraquezas, a opinião pública ficaria a favor deles.


“Imaginem uma partida de futebol da Copa: Brasil contra Camarões. Quem ganha? Melhor ainda, quem vocês querem que ganhe? Camarões? Se perceberem, instintivamente, o ser humano sempre fica do lado dos mais fracos, dos perdedores. Então, se a gente quer mostrar para o mundo as nossas fraquezas, as nossas feridas, que estamos quase nos rendendo, vamos criar uma comoção.”

— Trecho parafraseado do vídeo a seguir.


Nesse ponto, a série já teria uma trama fantástica e conseguiria prender bastante a atenção de qualquer pessoa que apertasse o play ao encontrá-la no catálogo da Netflix.

Mas provavelmente não teria se tornado o fenômeno mundial que se tornou.

A simbologia

La Casa de Papel tem uma cor marcante, com o vermelho aparecendo tanto nos macacões do grupo, quanto na fotografia da série.

Tem também um escudo, ou uma máscara, com o rosto de Salvador Dalí.

E um hino, com a canção Bella Ciao — que representou a resistência antifascista italiana e foi resgatada pela série.

Depois de se identificar com os personagens e comprar sua causa — pela resistência e luta contra o sistema —, as pessoas passaram a usar a simbologia de La Casa de Papel em suas próprias causas e manifestações, com direito a trilha sonora.

Em agosto de 2019, mais de 80 imigrantes retidos em navio desembarcaram na Itália cantando Bella Ciao.

Torcidas de futebol se inspiraram na série.

A fantasia dos assaltantes se transformou em uniforme para protestos e manifestações.

E no fim das contas, os mesmos princípios e ideias que funcionam no desenvolvimento da trama de La Casa de Papel construíram a marca e fizeram o marketing da série.

Foi o próprio público quem fez o sucesso de La Casa de Papel.

Porque as pessoas que encontraram a capa da produção espanhola no catálogo da Netflix, quando ela foi adicionada por lá sem qualquer ação de marketing, fizeram questão de espalhar a palavra do Professor e seu grupo de ladrões.


“Cada pessoa pode usar um macacão vermelho, a máscara de Dalí e a ‘Bella Ciao’ para sua própria luta.”

— Jesús Colmenar, Diretor e Produtor Executivo da série


Se você já viu La Casa de Papel, concorda comigo? Ficou com vontade de assistir à série de novo?

Se ainda não assistiu, vale separar a pipoca para o final de semana e maratonar a série. Inclusive, uma dica extra: acostume-se a pausar os episódios no meio em vez de parar de ver apenas no final. Porque praticamente todos os episódios exploram demais a técnica de cliff hanger — deixando o final em aberto para te incentivar a começar o próximo episódio. 

E claro, agora é a sua vez de me dizer:

Conhece alguma outra série (ou filme) que a narrativa foi tão bem trabalhada a ponto de dispensar o marketing? Me conta aí nos comentários.

Quem sabe ela não aparece por aqui em um próximo artigo?

Principais referências utilizadas:

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