Chegou a melhor época do ano.
É o momento de tirar as fantasias do fundo da prateleira de cima do armário, renovar o estoque de glitter e ir para as ruas.
O dia começa às 5 da manhã para acompanhar de perto o embalo dos blocos e o som das baterias. Mas tudo bem, é carnaval.
Antes mesmo do sol nascer, várias pessoas equipadas com seus óculos escuros parecem estar precavidas contra a claridade. Ou emendaram a noite anterior e, por algum motivo, preferem ocultar os olhos. Talvez seja pelas olheiras.
Enquanto o sol nasce, o som dos batuques é acompanhado do estalo de várias latas de cerveja se abrindo. Para quem não é de cerveja, tem bebidas de todas as cores também.
Para escapar do calor de meio dia, muitos jovens recorrem às garrafas d’água. Mas não são todos que bebem. Alguns insistem em levar a garrafa aos lábios e não a inclinam o bastante, como se desistissem da sede.
Se chover, também não é problema. A água refresca e ainda ajuda a embalar o hit Piscininha, amor.
De tarde, pessoas com cigarros artesanais formam rodas de conversas e propõem soluções para os dilemas da vida. Até o mais complicado relacionamento se torna simples.
Ao pôr do sol, um casal se beija apaixonado. Parece cena de filme e tem até ensaio de trilha sonora, com amigos entoando um coro de “É hexa!”, “É hepta!”. A paixão passa rápido e eles se despedem.
A volta para casa de Uber pode ser mais cara que o normal. Mas tudo bem, é Carnaval.
Nesse período, livres de julgamentos, podemos ser quem bem entendermos. Talvez até nós mesmos.
O sol volta a nascer e continua tudo bem. Em breve, a ressaca passa, o ano passa e é Carnaval de novo.