Dimitri Vieira

Tem algo errado na forma que encaramos o Networking

Nos eventos de Networking, é comum ligarmos o bluetooth e adicionarmos todos ao nosso redor no LinkedIn. Depois, tiramos uma foto com os participantes, nos despedimos e cada um segue seu rumo afirmando “Fiz Networking!”. Mas será que fizemos mesmo?
Tem algo errado na forma que encaramos o Networking

Todos temos o desejo de conhecer e nos conectar com novas pessoas que irão nos ajudar a conquistar nossos sonhos e crescer.

Mas tem um pequeno problema: muitas vezes, fazemos isso errado.

Existem encontros e eventos com o único objetivo de proporcionar Networking para os participantes.

Cheguei a participar de alguns e é interessante que eles costumam ter dois pontos em comum:

  1. Em um certo momento, acionamos o bluetooth, abrimos o LinkedIn e adicionamos todos que estão ao seu redor;
  2. Antes de finalizar, nos reunimos para uma foto.

Então, nos despedimos brevemente enquanto nos esforçamos para lembrar o nome dos demais participantes e cada um segue seu rumo, com alguns números a mais no LinkedIn e uma afirmação:

Fiz Networking.

Mas será que fizemos mesmo?

Acredito que existem três grandes problemas nesse formato de Networking:

1. Foco excessivo na primeira pessoa

Não falo sobre uma questão gramatical, mas de interesse.

O Networking ideal se baseia numa influência mútua: quando ocorre comunicação com plena atenção de ambas as partes e, a partir dessa conversa, nasce algo — que pode ser uma nova oportunidade, uma parceria ou a construção de um relacionamento.

Não é algo unilateral.

Quando olhamos apenas para o que a outra pessoa pode nos oferecer, nos tornamos puramente interesseiros. Em vez de trabalharmos nossa rede de contatos, acabamos despertando desconfiança e afastando a outra pessoa.

Então, evite buscar ser ajudado e pedir favores. Passe a procurar servir e ajudar outras pessoas — funciona muito melhor.

2. Ilusão com as métricas de vaidade

Curtidas, visualizações e o total de conexões são números que alimentam o seu ego — não necessariamente o seu Networking.

Um número grande de conexões não garante que as pessoas estejam interagindo com você, que respeitam sua marca e nem ao menos que se lembram quem é você.

Além disso, Networking não é sobre quem você tem na sua lista de contatos. Como muito bem dito pelo Marc Tawil:

“Networking não é sobre quem você conhece. Mas sobre quem conhece você — e te chancela. ( Marc Tawil)”

3. Uma conexão sem ação acaba esquecida

Após solicitar uma nova conexão, o Networking não está feito. Na melhor das hipóteses, esse é o ponto de partida, pois o que segue sim é a real conexão.

Deve haver interação.

Deve haver prestação de ajuda, sem fazê-lo esperando por algo em troca.

E qual a melhor forma de se fazer isso em larga escala?

O melhor Networking possível é a produção de conteúdo

Com artigos ou publicações no feed, você permite que sua rede descubra as afinidades que tem com você, além de promover verdadeiros diálogos com os leitores — e entre eles.

Ao começar a fazer isso com frequência, vai notar a construção de relacionamentos e amizades.

Ao continuar, você acaba colaborando com a construção de uma comunidade disposta a conversar sobre os mesmos temas que você.

Esse sim é um momento digno de afirmar:

Fiz Networking.

Claro que isso não invalida os eventos de Networking, pois são excelentes oportunidades de conhecer ou reencontrar pessoas com interesses em comum, fazer negócios e amizades.

Mas, caso seu único objetivo com eles seja “fazer Networking” com base em novas conexões e tirar uma foto, economize seu dinheiro. Economize também seu bluetooth e sua bateria. Invista em conteúdo.

Dimitri Vieira

Sou um escritor e produtor de conteúdo, especializado em Escrita Criativa, Storytelling e LinkedIn para Marcas Pessoais. Minhas maiores paixões sempre foram a música, o cinema e a literatura. Escrevendo textos na internet, consegui unir o melhor desses três universos, e o que era um hobby acabou me transformando em LinkedIn Top Voice e, hoje, se tornou minha profissão.

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