— Tô sem motivação pra isso agora.
Essa é a resposta pronta que apresentamos.
Quando escolhemos passar mais tempo no sofá vendo Netflix em vez de levantar e focar no projeto que postergamos há tempo.
Ou quando o despertador toca mais cedo pela manhã, conforme planejamos na véspera, mas escolhemos apertar a opção “soneca”.
Enrolamos por mais 10 minutos.
— Continuo sem motivação pra isso.
Mais 10, e mais 10.
Até que esses 10 minutos se acumulem e, de repente, estamos no horário limite para levantar.
Então, a motivação aparece.
Uma água no rosto, uma troca de roupas, um café-da-manhã corrido e começamos o dia às pressas. Tudo em tempo recorde.
Essa motivação que surge magicamente no último instante tem funcionado para você?
A motivação não precisa ser um combustível
Faz parte do senso comum enxergar a motivação como um combustível:
Se estou no sofá e quero levantar para trabalhar no meu projeto, é como se estivesse me locomovendo de um ponto A para um ponto B. Para isso, é necessário o combustível.
Podemos chamar essa abordagem de Teoria da Motivação como Combustível.
Ela acaba favorecendo a inércia e situações em que aguardamos pelo seu surgimento repentino, como os 10 minutos se acumulando pela manhã.
Muitas vezes, porém, a tão sonhada motivação não vem, chegamos à conclusão que nosso tanque está vazio e não há o que fazer.
Agora, vem o lado bom. Como todo esse cenário surge de uma teoria, existe uma solução bem simples: criarmos outra.
Uma forma diferente de encarar a motivação
Esqueça essa história de combustível e de ser refém da sua geração espontânea. Funciona melhor enxergarmos a situação como uma disputa entre forças atrativas.
Podemos chamar essa teoria de Motivação como Resultante de Forças Atrativase a ideia por trás dela é bem simples.
Cada objetivo atua como um ímã e nosso desejo de alcança-lo seria a força com que ele nos puxa. Com a motivação sendo o resultado da disputa entre os diferentes planos envolvidos.
Nesse cenário, não existe “falta de motivação”.
Ao insistirmos em apertar a “soneca”, a motivação está presente e em excesso — desde o primeiro toque do despertador. Só que a favor do sono, não do seu objetivo de acordar mais cedo. Até que o medo de atrasar entre em cena e a vontade de evitá-lo vença a disputa.
Percebe a diferença?
Por que é melhor pensar na motivação assim?
Enxergar a motivação como algo externo em vez de interno é um grande passo para não se torturar, ou vitimizar, por não estar correndo atrás dos seus objetivos.
A culpa não é sua e nem da falta de motivação, mas dos diferentes planos que você traçou (conscientemente ou não).
Então, dê a si mesmo um merecido descanso quando necessário, reflita sobre seus planos para entender por que se tornaram menos atrativos, procure remover as distrações mais atrativas, ou até mesmo repense seus objetivos.
Só não espere pela geração espontânea de motivação ou culpe sua falta.
Acusar falta de motivação é apenas um álibi para seguirmos na inércia e evitarmos encarar o verdadeiro problema: o fato de o objetivo não ser mais tão atrativo.
Se fosse, nem lembraríamos de falar em motivação.