Depois de tanto tempo enrolando para profissionalizar meu perfil Instagram, quando tento justificar o porquê disso, chega a ser ridículo.
É estranho.
Especialmente porque, no LinkedIn, venho levantando várias bandeiras que deveriam me incentivar a publicar por lá também.
Já trouxe, por exemplo, um artigo descrevendo a importância de começar logo a escrever para encontrar sua voz e buscar se inspirar em suas referências, mesmo que isso signifique iniciar sem se julgar preparado.
Também já falei sobre a importância de entender que seu trabalho não é para todo mundo. Por mais que soe como algo óbvio, num contexto de artigos e marca pessoais, temos dificuldades de enxergar a situação com a mesma leveza.
Entender isso é libertador. Tanto ao lidar com críticas, quanto ao não deixar de transmitir suas ideias por medo de desagradar possíveis leitores.
Porém, basta trocar o cenário do LinkedIn para o Instagram e eu não estava aplicando nada disso. Precisei publicar mais de 70 artigos para finalmente criar vergonha na cara.
Por que decidi apostar no Instagram?
Chutando para baixo, esses textos devem render em torno de 70 mil palavras. Para quem trabalha com escrita, dá para ter uma noção que isso é bastante conteúdo. E o pior, muito conteúdo mal aproveitado.
Ou mal divulgado, como preferir. Porque publico os textos no meu blog, no LinkedIn, divulgo para os assinantes da minha Newsletter e fim.
Apostei demais na máxima que o bom conteúdo se promove sozinho e sempre deixei meu foco quase exclusivo na produção, com a divulgação funcionando na base do mínimo esforço.
O resultado foi que negligenciei por muito tempo qualquer forma de divulgação que exigisse algo além da escrita, por mais fácil e simples que fosse.
Hoje, entendi que estava fazendo a parte mais trabalhosa e deixando a mais simples de lado. Se você já vem escrevendo artigos e produzindo conteúdos autênticos por aqui, não cometa esse mesmo erro.
Mas se escrevo textos, o que vou fazer no Instagram?
Antes, ao visitar o meu perfil, você veria algo como isso:
Família, namorada, amigos, shows e o cenário onde gravo as aulas do meu curso. Tudo isso numa frequência de publicações mensais.
Se você chegasse até o meu perfil depois de me conhecer pelo LinkedIn, não havia razão alguma para me acompanhar por lá.
A solução para isso foi bem simples e estruturada em dois formatos de conteúdo novos:
Versões enxutas dos artigos que escrevo
Em vez de simplesmente apresentar o artigo e anunciar que o link tá na bio, faço um resumo dos principais pontos do texto e crio uma versão reduzida dele.
Transformar mil palavras (ou mais) em menos 2.200 caracteres, inclusive, é um exercício de escrita fantástico. Você precisa captar a principal ideia que queria transmitir com o artigo e remover dele tudo o que não for crucial para construí-la.
É uma excelente maneira de entender os pontos dos seus textos onde as pessoas estão se dispersando e um excelente incentivo para revisitar seus textos antigos.
Citações e dicas de livros
Se, em algum momento, você leu algum outro artigo meu, muito provavelmente já sabe que adoro citações.
Um dos hobbies mais antigos que carrego comigo junto da leitura é colecionar citações. Tenho inclusive um caderno para me ajudar com isso:
Comecei com esse hábito em 2012: se um trecho do livro me chamava a atenção por algum motivo, eu parava a leitura e tirava uma foto, para passar a limpo depois.
Com o Kindle, ficou mais fácil destacar os trechos que mais gosto e, mesmo sem passá-los a mão depois, consigo acessar minhas principais anotações de qualquer livro em questão de instantes.
Uma vez por semana, procuro relembrar alguma delas e compartilho no Instagram. E faço isso com o mesmo prazer que reviro fotos de viagens antigas.
Tudo bem simples, feito à base de Google Slides mesmo e já deixou meu perfil com uma cara muito mais profissional e convidativa.
Agora, se você chegar procurando conteúdos sobre Escrita Criativa e Storytelling, as chances de você ficar são significativamente maiores.
Claro, para fechar, a dúvida que me fez enrolar por mais tempo.
Mas minha conta é pessoal. Faz sentido postar meus conteúdos lá?
Esse foi o motivo que mais atrasou o processo de profissionalizar meu perfil no Instagram.
Acabei vendo que vários amigos não faziam ideia do que eu faço profissionalmente — por culpa minha — e que o pior que acontece são prints em grupos de WhatsApp acompanhados de acusações de blogueirinho.
Por que foi que não comecei antes mesmo?