Hoje, o meu foco é um pouco diferente. Costumo fazer várias reflexões e divagar bastante nos meus artigos no LinkedIn, mas não dessa vez.
Desde que publiquei o artigo sobre O Mito da Produtividade, as coisas fugiram um pouco do controle e meu LinkedIn se tornou uma loucura. Recebi várias mensagens me parabenizando e algumas me pedindo dicas.
Mas algumas em específico me chamaram mais atenção: pessoas que elogiaram minha escrita e afirmaram não escrever tão bem e, por isso, simplesmente evitam escrever.
Além disso, a Adelane Rodrigues havia me sugerido essa pauta e eu já queria escrever sobre esse tema. Agora, tudo se encaixou perfeitamente.
Então este artigo será uma conversa franca, quase digna de uma roda de boteco, com você que pensa em escrever mais, porém não conseguiu criar a coragem necessária ainda.
E a primeira coisa que tenho para te dizer é algo que você já sabe:
Ter medo é perfeitamente natural
O medo existe para nos preservar de situações nocivas, mas o problema é quando ele extrapola e se torna uma reação negativa diante de situações desafiadoras, resultando em auto-sabotagem.
E nós vivemos em uma sociedade dominada pela ansiedade e pelo medo. Medo de julgamento, de rejeição e de falhar.
Em nossos sonhos, construímos mundos inteiramente novos, compomos canções inéditas e contamos belíssimas histórias simbólicas. Tudo isso sem um único momento de hesitação. Somos criativos por natureza. E somente o julgamento, seja proveniente de você próprio ou dos outros, fica no caminho da nossa criatividade quando acordamos. (Neil Strauss)
Ok, eu concordo. Esse trecho do Neil Strauss é extremamente romantizado. Afinal, em nossos sonhos, seríamos capazes de compor uma nova sinfonia de Beethoven, sem sequer contar com sua ajuda.
Mas pense no que você faria se não existisse nenhuma forma de julgamento? O que você deixaria de fazer? Tenho certeza, por exemplo, que jamais falaria a seguinte frase:
Eu não sou bom o bastante
Em qualquer área de atuação, seja engenharia ou marketing, sempre teremos profissionais como referência que vamos considerar melhor que nós mesmos. E isso é bom, pois é sinal que temos o que melhorar.
Mas para tirar a cara de auto-ajuda que este artigo está tomando, vou te contar uma história:
Em Novembro do ano passado, eu decidi estudar sobre Produção de Conteúdo e resolvi fazer uma candidatura para ser redator freelancer da Rock Content (onde eu trabalho hoje).
Minha ideia era seguir praticando a escrita e ainda fazer uma grana extra. Excelente ideia, certo? Então, fiz uma candidatura para a categoria Carreira.
E o resultado?
Agora, se você olhar meus poucos artigos no LinkedIn, verá que praticamente tudo o que eu escrevo é exatamente sobre carreira.
E a moral da história: eu não era bom o bastante. E continuo não sendo. Apenas me desafiei a sair da zona de conforto.
Já falei sobre isso antes, mas vou repetir por ser um ponto crucial:
Sair da sua zona de conforto pode ser bem confortável
A maior dificuldade que enfrentamos ao encarar novos desafios, como escrever, por exemplo, está em deixar a zona de conforto. Mas assim que a deixamos, a tendência é de nos sentirmos bem melhor e, por que não, mais confortáveis.
O processo funciona como fazer a sua primeira tatuagem!
Ainda não experimentei um frio na barriga mais intenso do que os últimos segundos que antecederam minha primeira tatuagem, quando a máquina já estava ligada e eu ainda repensava se poderia me arrepender.
E com os artigos para o LinkedIn foi exatamente a mesma coisa. Republiquei meus dois primeiros por aqui simplesmente para estrear meu espaço de artigos.
Eles foram publicados exatamente no mesmo dia: 22/02/2018. O que não faz o menor sentido em termos de divulgação. Mas como queria apenas soltá-los aqui sem chamar atenção, não me preocupei com isso.
Meu terceiro artigo (e o primeiro escrito pensando no LinkedIn) foi publicado mais de dois meses depois. Sabe por quê?
Porque deixei ele engavetado por quase um mês, repensando se realmente valeria a pena publicá-lo e temendo que ele não fosse bem aceito. Ou seja, medo de rejeição.
Até que parei para pensar: qual seria a pior coisa que poderia acontecer?
Como lidar com haters
Uma coisa impressionante na internet é a tendência das pessoas em querer discordar de você. Muitas vezes, elas sequer leem o artigo e já querem discordar do título.
Então, caso decida escrever para a web ou para o próprio Pulse, despertar haters é algo que vai acabar acontecendo naturalmente e você vai precisar saber lidar. Mas não é nada muito complexo não, te prometo.
Eu mesmo já passei por isso:
Quando vi o comentário, me assustei bastante e precisei de um tempinho para conseguir responder. Mas veja só algumas mensagens que recebi depois:
Esse comentário não diz nada a seu respeito, mas fala exatamente sobre quem o escreveu. Como você mesmo fechou no post, que sejamos mais gentis. ( Laíze Damasceno)
Confesso que ainda tenho dificuldades para entender a necessidade das pessoas em fazerem “julgamento” de tudo e todos. Caramba, as escolhas individuais cabem apenas a quem as fez, ainda que isso afete outras vidas. E no caso de produção de conteúdos, a possibilidade de gerar efeito positivo é bastante significativa. Então, por que essas pessoas não deixem as escolhas alheias só por conta de quem as escolheu? ( Katia Cristina Galvão)
Cara, vi teu primeiro hater, se quiseres postar minha resposta aí pra ti, fica a vontade… porque para cada hater, tem muito mais gente que se identifica. ( Paulo Victor Mueller)
Parte boa é: ter haters significa que você está fazendo sucesso. Sério. ( Matheus de Souza)
(E eu continuo na reabilitação de tentar parar de marcar o Matheus nos meus artigos hehe)
Para lidar com esse tipo de situação, é fundamental focar em uma comunicação não violenta e jamais tentar combater grosseria com grosseria.
Como um título de álbum do Sid Vicious resume muito bem: é melhor provocar uma reação do que reagir a uma provocação.
E o mais legal é que algumas vezes outras pessoas podem acabar respondendo o comentário desaforado por você, te poupando do trabalho sujo e ainda te defendendo.
Mas ao fim, se para cada hater vier um comentário como os que reproduzi acima, que venham os próximos haters!
E se você ainda insiste em dizer que seu estilo de escrita é melhor ou pior que o de outra pessoa, deixa eu te contar o seguinte:
Toda escrita é autobiográfica
All writing is autobiography: everything that you write, including criticism and fiction, writes you as you write it. (J. M. Coetzee)
Ou seja, cada pessoa tem um estilo único e peculiar de escrever. Eu tenho o meu, o Matheus tem o dele e você tem o seu. Não é melhor, e nem pior. É apenas diferente.
E como toda escrita é autobiográfica, não existe uma pessoa melhor para contar a sua história do que você próprio.
Desse modo, basta aprimorar e lapidar sua produção de conteúdo. Mas aí é mera questão de prática. Como eu estou fazendo neste exato momento, ao redigir este artigo.
Agora, que tal colocar as mãos na massa, desempoeirar aquele seu projeto guardado na gaveta há um mês e deixar que ele ganhe vida?
Por mais que você insista que ainda não está bom o bastante, deixe que as outras pessoas formem uma opinião a respeito também. Você pode se surpreender, assim como eu acabei me surpreendendo.
Se você quer uma recomendação sobre como praticar sua redação, ainda deixo um convite final: faça seu cadastro para ser redator freelancer e conte com todo o suporte dos especialistas em produção de conteúdo da Rock Content.
E caso este artigo te inspire a publicar qualquer coisa, você me conta? Vai ser um prazer conhecer a sua história! 🙂