Dimitri Vieira https://dimitrivieira.com Escrita Criativa, Storytelling e LinkedIn para Marcas Pessoais Thu, 17 Aug 2023 12:09:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7 https://dimitrivieira.com/wp-content/uploads/2022/05/cropped-Frame-9-1-80x80.png Dimitri Vieira https://dimitrivieira.com 32 32 LinkedIn Hackeado: como se proteger e como recuperar seu perfil? https://dimitrivieira.com/linkedin-hackeado-como-recuperar-seu-perfil/ https://dimitrivieira.com/linkedin-hackeado-como-recuperar-seu-perfil/#respond Thu, 17 Aug 2023 12:09:44 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=9487 Infelizmente, na data em que escrevo este artigo, estamos enfrentando uma onda de perfis hackeados no LinkedIn — não apenas no Brasil. Pesquise no “Twitter” por “LinkedIn hacked” e você terá uma ideia melhor.

Eu fui um dos premiados e perdi acesso ao meu perfil na madrugada do dia 5 de agosto para o dia 6 de agosto.

Tinha verificação em duas etapas usando o aplicativo da Microsoft e, mesmo assim, meu perfil foi hackeado. Acordei num domingo de manhã com uma mensagem do LinkedIn dizendo que um novo email com um domínio russo foi vinculado à minha conta.

Alguns dias depois, felizmente, consegui recuperar meu perfil. Só não foi possível recuperar todo o conteúdo, porque boa parte foi deletada pelo hacker e o LinkedIn afirmou via suporte que não seria possível recuperar esses dados.

Esse breve contexto é para você entender que esse texto não é um compilado de dicas copiadas e coladas por toda a internet repetindo o óbvio, mas parte da experiência de alguém que perdeu seu perfil e acabou conseguindo recuperá-lo.

Se o seu perfil estiver hackeado nesse exato momento, sinto muito. Não desejo a ninguém essa angústia de perder acesso à parte de seu trabalho dessa forma. Te desejo, sim, muita sorte para recuperá-lo.

Algumas dicas para prevenir que seu perfil seja hackeado

No momento em que escrevo este texto, sei bem que tem várias pessoas curiosas com esse evento e querendo entender a qualquer custo como evitar que aconteça com elas. Esse tópico é para elas.

Se o pior já aconteceu e seu perfil foi hackeado, pule para o próximo tópico.

1. Ative a Verificação em 2 etapas

Não vou me dar ao trabalho de sugerir que você não use exatamente a mesma senha em todas as plataformas e sites, porque estou assumindo que você não faz isso, certo?

A verificação em 2 etapas (2FA) é uma medida de segurança adicional que deveria garantir que só você pode acessar o seu perfil, mesmo que alguém consiga a sua senha

Quando for ativá-la, dê preferência por algum aplicativo de autenticação em vez de usar SMS. Porque a 2FA via SMS é mais fácil de ser burlada.

Como ativar a verificação em 2 etapas?

Com o LinkedIn aberto, clique na sua foto ao lado do ícone de notificações e, depois, clique em “Configurações e Privacidade”.

Basta clicar em “Acesso e Segurança” e, depois, “Verificação em duas etapas”.

Configurações e privacidade > Acesso e Segurança > Verificação em duas etapas

2. Proteja seu email

Como estamos falando de segurança e prevenção por aqui, outro dado que recomendo que você proteja é seu email. O LinkedIn permite que você escolha quais pessoas na plataforma poderão ter acesso a ele:

  • Visível apenas a mim;
  • Conexões de 1º grau (pessoas que você se conectou e estão na sua rede);
  • Conexões de 1º e 2º graus (pessoas que você se conectou e estão na sua rede, além das conexões dessas pessoas);
  • Qualquer usuário do LinkedIn.

Deixo a seu critério escolher estrategicamente quem você gostaria que tivesse acesso ao seu email. Antes do incidente, eu mantinha “conexões de 1º e 2º graus” selecionado. Agora, troquei para “Visível apenas a mim”.

Para fazer essa alteração, clique na sua foto ao lado do ícone de notificações e, depois, clique em “Configurações e Privacidade”. Então, clique em “Visibilidade” e, depois, em “Quem pode ver ou baixar seu email”.

Nessa mesma página, você pode prevenir que outros usuários baixem o seu email ao exportar dados. Essa é uma prática que o LinkedIn permite que os usuários baixem a lista de contatos, incluindo e-mails. Mantendo seu e-mail privado, você também se protege de spam e disparos de e-mails indesejados.

Então, recomendo que você desative a opção “Permitir conexão para exportar e-mails”.

3. Troque sua senha de tempos em tempos

Pensando no pior cenário possível, que seria de vazamento de dados, ao trocar sua senha de tempos em tempos, podemos nos prevenir que alguém consiga ter acesso às nossas senhas.

Enquanto a especialização de trabalho de hackers parece evoluir continuamente, a segurança das plataformas que usamos nem sempre acompanha o mesmo ritmo. Então, trocar sua senha de tempos em tempos é uma última medida de segurança que pode te ajudar a evitar dores de cabeça.

Desde que tive meu perfil hackeado, é algo que passei a fazer uma vez por semana.

Como recuperar seu perfil no LinkedIn Hackeado?

O LinkedIn tem uma página para te ajudar no caso de ter sua conta invadida. Algumas informações, inclusive, me ajudaram. Caso queira consultar, pode fazer sentido para você também.

Logo abaixo, vou listar as medidas que tomei que mais me ajudaram em detalhes.

1. Entre em contato com o suporte

Se você teve sua conta invadida e não tem acesso a ela nesse exato momento, existem dois formulários de contato com o suporte do LinkedIn que recomendo que você preencha agora mesmo:

Mas calma que não é para preencher de qualquer jeito.

Normalmente, a página de suporte do LinkedIn se ajusta conforme as suas configurações de idioma. Se você usa a plataforma em português, a página estará em português e o mais natural seria preencher o formulário em português, certo? Não faça isso.

Se houver campos obrigatórios que você precisa apenas selecionar, escolha a opção disponível que mais faça sentido. Nos campos abertos, preencha tudo em inglês.

Quando for perguntado sobre assunto, dê bastante ênfase ao perfil hackeado e que você perdeu acesso à sua conta.

Se você tem dificuldades com o inglês, sem problemas. Escreva tudo em português mesmo e recorra ao Chat GPT para te ajudar. Pode usar o comando abaixo para agilizar sua vida:

“Traduza o texto abaixo, fazendo todas as adaptações necessárias, do inglês para o português brasileiro, mantendo todo o seu sentido original.

[INSIRA O TEXTO PARA TRADUÇÃO AQUI]”

Por que entrar em contato com o suporte em inglês e não em português? Por experiência própria, posso te dizer que o suporte sempre age mais rápido quando você entra em contato em inglês.

No meu incidente com o hacker, por exemplo, enviei mensagens nos dois idiomas. Não tive retorno de uma mensagem sequer em português, enquanto o contato com a pessoa que me retornou e me ajudou a recuperar o perfil foi totalmente em inglês.

2. Se você utilizava LinkedIn Premium, cancele seu cartão

Se você utiliza o serviço de LinkedIn Premium na plataforma, existe a possibilidade de ter acesso aos dados do seu cartão de crédito por lá.

Antes que a dor de cabeça aumente mais ainda, verifique qual cartão estava cadastrado e, se for possível, o cancele.

3. Faça um Boletim de Ocorrência

Para registrar tudo de forma legal e se prevenir de maiores problemas no futuro, registre um Boletim de Ocorrência assim que possível.

Em cada estado brasileiro, o processo muda um pouquinho, mas é possível fazer isso online mesmo.

Pesquise no Google (ou no YouTube) por “boletim de ocorrência crime virtual” e encontre a melhor opção para fazer esse registro em seu estado de residência.

4. Peça apoio de outros usuários ativos do LinkedIn

Se você reparar, o formulário para denunciar contas invadidas permite que outras pessoas denunciem uma conta invadida que não seja a delas próprias.

Compartilhe esse link com quem você puder e peça que as pessoas também denunciem — se possível, também em inglês. Ter um volume maior de denúncias pode agilizar o processo para que o suporte te atenda.

Caso você tenha contato ou amizade com criadores de conteúdo ativos na plataforma do LinkedIn, outra opção que recomendo é pedir que algumas pessoas falem sobre sua situação dentro da plataforma. Sempre mencionando algumas pessoas que trabalhem no LinkedIn e os perfis abaixo:

Para essas publicações surtirem mais efeito, é interessante que elas sejam escritas originalmente em português (para engajamento da audiência) e tenham, em seu final, uma versão traduzida para o inglês.

Pouco antes do suporte finalmente ter me retornado, a página LinkedIn Help entrou em contato por inbox com uma das pessoas que publicaram. Pode ter influenciado, ou pode ter sido apenas coincidência, mas é o que recomendaria para alguém que acabou de ter o perfil hackeado.

5. Se fizer sentido, registre reclamações em outras plataformas

Por experiência anterior com vários sites e plataformas, entendo bem que muitas vezes o suporte age mais rápido quando existe uma reclamação externa registrada.

Seja no Reclame Aqui ou até mesmo no Procon.

Se você tentou seguir os passos anteriores, enviou mensagens em inglês para o suporte, alguns dias se passaram e não teve retorno algum, é o momento de pensar em registrar uma reclamação em alguma dessas plataformas.

Nesse caso, relate todo o problema que você teve com a conta invadida, a demora no retorno do suporte e dê todos os detalhes de como você trabalha com o LinkedIn:

  • a importância dele como ferramenta de trabalho;
  • algum conteúdo ou informações foram deletados, ou trocados?
  • quantos seguidores você tinha na plataforma?
  • há quantos anos você é ativo no LinkedIn?

É necessário tratar a situação com bastante seriedade e estamos falando dos seus dados na plataforma do LinkedIn em tempos de Lei Geral de Proteção de Dados, além de uma ferramenta que pode ser crucial para o seu trabalho.

Foi a partir dessas medidas que consegui um retorno do suporte e acabei recuperando acesso à minha conta.

Fui hackeado no início do dia 6 de agosto e recuperei meu perfil no início da tarde do dia 9 de agosto. Então, levei pouco mais de 3 dias. Porém, fiquei sabendo de alguns casos que levaram bem mais que isso.

Te desejo muita sorte (e sucesso) na retomada do seu perfil.

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Ted Lasso: uma piada interna entre amigos que fez história, coleciona prêmios e cases de marketing https://dimitrivieira.com/ted-lasso/ https://dimitrivieira.com/ted-lasso/#respond Mon, 05 Jun 2023 13:48:46 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=9343 Ted Lasso já fez história: quebrou recordes com 20 indicações ao Emmy em 2021 e coleciona 2 Emmys de Melhor Série de Comédia, que venceu com sua 1ª e 2ª temporadas.

É uma das melhores séries de comédia que temos hoje. Mais do que isso, como a Isabela Boscov resumiu com perfeição, “meia hora de Ted Lasso todo dia, e o mundo parece melhor”.

No exato momento em que escrevo este texto, o último episódio da 3ª temporada e também da série já está disponível. Chegou a hora da despedida.

Uma escolha corajosa, diga-se de passagem, para finalizar a trama no ápice em vez de prolongar por várias temporadas apostando no retorno financeiro.

Poderíamos conversar sobre ela por várias perspectivas diferentes:

  • a estrutura narrativa da série;
  • sobre como é uma série ambientada no futebol, mas não é nada sobre futebol;
  • a lista de cases de Marketing;
  • se preferir, podemos ir pro lado das lições de vida, carreira e empreendedorismo que aprendemos com Ted Lasso.

Aliás, ainda bem que os caçadores de posts fáceis e motivacionais ainda não descobriram essa série, porque o que renderia de pauta não é brincadeira. Por enquanto, estamos em paz para apreciá-la.

Mas a história de origem de Ted Lasso é um espetáculo à parte no meio de tudo isso.

E acredito que ela também diz muito sobre a série.

Uma piada interna entre amigos que foi longe demais

O protagonista da série nasceu há mais de 20 anos.

Na época, Jason Sudeikis e Brendan Hunt faziam parte de um clube de comédia em Amsterdam, e os dois conversavam bastante sobre futebol.

Brendan Hunt (Coach Beard) e Jason Sudeikis (Ted Lasso).

Com um detalhe: Sudeikis não sabia nada sobre o esporte e foi aprendendo com Hunt, enquanto jogavam FIFA e usando comparações americanas entre times e jogadores europeus.

Geralmente, este seria o momento em que eu apresentaria uma breve sinopse para quem não conhece nada da série. Mas não será necessário, porque a 1ª aparição oficial do Ted Lasso, 7 anos antes da estreia da série, vai facilitar bastante meu trabalho.

Em 2013, a NBC havia acabado de pagar U$ 250 milhões pelos direitos da Premier League para transmitir os jogos nos EUA.

Só havia um grande problema: os americanos não sabiam nada sobre futebol.

Seria necessária uma grande campanha para divulgar a novidade e, como Jason Sudeikis era um rosto bem familiar por conta da sua participação no Saturday Night Live, a emissora decidiu contratá-lo para ser a cara dos anúncios da transmissão da Premier League.

Sudeikis então resgatou a ideia que teve com Brendan Hunt, que também estrelou os comerciais ao seu lado, e o mundo conheceu Ted Lasso.

Um treinador de futebol americano que acaba se tornando treinador de futebol em Londres, com direito a todos os trocadilhos e desencontros possíveis entre — para os americanos — o soccer e o football.

Nessa “1ª edição”, Ted Lasso treina o Tottenham e a campanha rapidamente se tornou um clássico cult, com alguns vídeos publicados atraindo +28 milhões de visualizações orgânicas para a NBC.

Só em 2017 Sudeikis e Hunt uniram-se ao criador de “Scrubs”, Bill Lawrence, para transformar Ted Lasso numa série e, depois de vários “nãos”, conseguiram que a Apple TV apostasse na trama.

E foi somente no dia 14 de agosto de 2020 que a série fez sua estreia e Ted Lasso embarcou num avião para Londres, para treinar o time fictício AFC Richmond.

Entre muitas coisas, Ted Lasso é o trabalho de dois grandes amigos que se conhecem há mais de duas décadas e têm a sorte de trabalhar com o que amam.

Poderia ter sido só uma piada interna.

Poderia ter sido só uma campanha comercial.

Ainda bem que não foi.

E como diria o clichê, o resto é história.


Para os marketeiros e curiosos de plantão

Não resisti e precisei listar alguns dos cases de marketing e feitos colecionados por Ted Lasso, que podem até te convencer que o AFC Richmond jamais foi obra da ficção.

1.

Logo no início da produção da 3ª temporada, a Nike anunciou oficialmente que seria a nova fornecedora esportiva do time fictício e substituiu a fictícia Verani Sports.

2.

A série também fez um acordo com a EA Sports para o AFC Richmond estar no FIFA 23, tendo seus uniformes, jogadores e estádio totalmente licenciados no jogo.

Além, é claro, de seu técnico.

3.

Com o patrocínio da Nike dentro da série, o próximo passo para tornar o AFC Richmond ainda mais real não demoraria tanto assim e, em março de 2023, foi lançada uma coleção oficial dos uniformes da série.

4.

Vídeos como esse, que conta com um dos personagens principais da série, Jamie Tartt, enfrentando um jogador do Borussia Dortmund, Jude Bellingham, no FIFA.

5.

Quantas séries você conhece que ganharam um teaser como esse da Nike anunciando seu último episódio?

6.

Como cereja do bolo, Ted Lasso e AFC Richmond ainda são bastante ativos no Twitter e, se eu usasse a rede, certamente seguiria o técnico americano.

“Alguns anos atrás, embarquei em um avião com o Coach Beard rumo a uma pequena cidade em Londres. Hoje à noite, jogamos nossa última partida. É como falo sobre os filmes de David Lynch. Eu não sei dizer o que está acontecendo, mas com certeza eu não quero que acabe.”

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Como criar o Conflito Perfeito para uma história? https://dimitrivieira.com/como-criar-o-conflito-perfeito/ https://dimitrivieira.com/como-criar-o-conflito-perfeito/#respond Sun, 28 May 2023 16:04:41 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=9238 No último fim de semana, decidi rever o filme CODA, batizado de “No Ritmo do Coração” aqui no Brasil e vencedor do Oscar de melhor filme no ano de 2022.

O vencedor do Oscar teve seu roteiro adaptado de uma comédia dramática francesa de 2014, “A Família Bélier” e concorreu com “Belfast”, “Drive My Car”, “Ataque dos Cães, Licorice Pizza” e outros.

Confesso, não era meu favorito da lista.

Isso porque é um filme mais simples e com alguns clichês, sem um toque tão inovador assim, sem grandes reviravoltas e sem pirotecnias.

Talvez por influência do “Meu Pai” e “Parasita”, que foram destaques nos anos anteriores, “No Ritmo do Coração” não me pareceu um filme digno de Oscar em um primeiro momento.

Mas preciso te dizer que ganhou vários pontos comigo nesse último fim de semana.

Nessa simplicidade dele, alguns toques ajudaram a construir o conflito perfeito e, desse conflito, nasceram algumas cenas que são um espetáculo à parte no filme.

Essas cenas isoladas bateriam vários dos concorrentes na lista de potenciais melhores filmes.

Já vamos falar sobre elas por aqui, mas vale relembrarmos antes:

Como construir o conflito perfeito

No maravilhoso livro “Story”, do Robert McKee, o conflito é dividido em basicamente três níveis.

De forma bem resumida:

  1. Conflito interno: desafios e lutas pessoais;
  2. Conflito externo: enfrentando situações exteriores ao personagem e, talvez, um antagonista;
  3. Conflito extra-pessoal: contra entidades e situações injustas, que ferem a ordem natural e podem trazer um tom filosófico à história.

Uma história que segue a Jornada do Herói como um checklist, por exemplo, corre o risco de trazer apenas um conflito externo — com o protagonista vivendo simplesmente uma jornada externa.

Nesse caso, os três atos da história acabam reduzidos meramente a início, meio e fim; o arco do personagem principal é completamente ignorado e não há transformação alguma.

Sem essa transformação, temos uma espécie de Jornada Estática: um protagonista imutável que chega no último ato exatamente como começou e, portanto, é incapaz de inspirar qualquer mudança por parte do público.

Quando temos um conflito interno e um externo, melhoramos um pouco mais os ingredientes para uma boa história.

Mas é adição do conflito extra-pessoal que, geralmente, leva a trama para outro nível. Como já vamos ver, você pode encontrar os três níveis em “No Ritmo do Coração”.

O conflito precisa ser personalizado (para o protagonista e para o contexto)

Discutir qual vem primeiro (contexto, protagonista ou conflito) seria entrar numa discussão de ovo ou galinha.

O ponto é: quanto mais esses elementos conversam, mais específica e mais forte será sua história.

Vamos supor que a personagem principal tem o grande sonho de investir numa carreira musical como cantora.

Se ela tiver pais artistas que a apoiem e um professor disposto a treiná-la nas horas vagas? Fim da história.

Ela terá todo o suporte possível logo de cara e duvido que uma trama assim te segure na cadeira por 2 horas.

Se ela tiver pais conservadores que não apoiariam uma carreira artística, melhora bastante.

É o caso do clássico “Billy Elliot”: filho de um mineiro, ele quer aprender a dançar balé, mas seu pai é do tipo que somente aceita seu filho lutando boxe — até vê-lo dançar.

Mas e se o pai não pudesse vê-lo dançar?

E se, além disso, a família dependesse dele a ponto de comprometer uma possível vida longe da família?

No Ritmo do Coração

O filme conta a história de Ruby, a única pessoa de sua família que consegue escutar. Seu pai, sua mãe e seu irmão são surdos não oralizados. Então, ela cresce atuando como intérprete da família e, em várias situações, desde novinha, ela precisa cuidar dos seus pais quando o natural seria o contrário.

Seu grande sonho é ser cantora e fazer faculdade de música em outra cidade. Mas, por mais que ela tenha um professor disposto a ajudá-la, sua família não consegue entender esse sonho tão fácil. Numa cena, sua mãe chega a lhe perguntar “se eu fosse cega, seu sonho seria ser pintora?”.

Além da dificuldade de compreender, tem a questão da dependência: quando sua família decide investir num negócio de pesca, então, Ruby se torna ainda mais necessária para intermediar a comunicação.

E tem a questão de tempo: como lidar com o ensino médio, as questões da adolescência e ainda correr atrás de um sonho com tantas responsabilidades nas costas?

Pronto. Conflitos internos, externos e extra-pessoais checados e marcados em negrito — logo na sinopse.

Mas o ponto-chave de tudo é: como Ruby poderia convencer seus pais a apostarem em seu sonho e abrir mão da presença da filha no dia a dia — se eles sequer conseguem ouvi-la cantar?

Depois de criar, como resolver o conflito?

A resposta, como não poderia ser diferente, vem da música. Mas não de uma forma tão óbvia assim.

Primeiro, seus pais e irmão comparecem em um show de talentos de sua escola para vê-la cantar. Numa transição genial, a cena tem o áudio cortado para nos colocar no lugar da família e fica bem mais difícil acreditar no dom de Ruby assim. [veja aqui]

Depois, seu pai, Frank, lhe pergunta sobre o que era a música que ela cantou.

Ela diz que é sobre amar e depender de alguém, e ele pede que sua filha cante a música novamente — à capella mesmo, com os dois sentados na traseira da caminhonete sob as estrelas.

Naquele momento, Frank tenta entender a paixão da sua filha, se ela é mesmo boa ou não e, principalmente, se ele a deixa partir para apostar na música.

Seu pai coloca a mão em seu pescoço para testemunhar melhor ela cantando e, então, acompanhamos toda a evolução em seu rosto.

Da estranheza da incapacidade de entender, à surpresa de contemplar algo inacreditável, à ternura com toques de orgulho, amor e tristeza do pai que, agora, confia no sonho da família. Mas sabe que isso significa ter que deixá-la ir embora.

Pouco mais de um minuto para solucionar o conflito perfeito, numa cena que vale mais que vários filmes inteiros.

E a letra de “You’re all I need to get by” é a cereja do bolo pra fechar, com perfeição, uma cena digna de Oscar e de ficar marcada muito tempo na memória de quem assiste ao filme.


“With my arms open wide, I threw away my pride. I’ll sacrifice for you, dedicate my life to you. I will go where you lead, always there in time of need, and when I loose my will you’ll be there to push me up the hill.

There’s no looking back for us, we got love sure enough. That’s enough. You’re all, all that I need to get by.”

Tradução livre: Com meus braços abertos, joguei fora o meu orgulho. Eu me sacrificarei por você, dedicarei a minha vida a você. Eu irei onde você indicar, sempre presente quando precisar, e quando eu perder a minha motivação e minha vontade, você estará lá para me empurrar montanha acima.

Não olharemos para trás, temos amor de sobra. Isso basta. Você é tudo, tudo que eu preciso para seguir em frente.

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Suas histórias, sua marca: como narrativas pessoais fortalecem sua imagem e seu nome https://dimitrivieira.com/suas-historias-sua-marca/ https://dimitrivieira.com/suas-historias-sua-marca/#respond Mon, 22 May 2023 09:18:05 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=9178 Algumas dúvidas que mais costumo escutar quando o assunto é construção de marca pessoal são sobre como separar a vida profissional e a vida pessoal, e até que ponto faz sentido compartilhar vulnerabilidades e intimidades.

Parte dessas dúvidas nascem porque é comum uma transferência da abordagem clássica de construção de marca de empresas para pessoas.

Apesar de algumas etapas fazerem sentido para os dois cenários, existe uma diferença muito grande também.

No caso de uma empresa, existem alguns atributos que precisam ser construídos e moldados conforme o que a marca deseja transmitir, como o tom de voz.

No caso da marca pessoal, a maioria dos atributos já existe. É uma questão de escavá-los e entender a melhor maneira para trazê-los à tona, porque será a partir desses atributos que a marca se forma numa estratégia de posicionamento.

Nisso, a distinção entre vida pessoal e vida profissional pode se tornar um obstáculo.

Claro que ninguém deveria se obrigar a compartilhar tudo o que vive nas redes sociais, mas, quando existem muitas restrições para separar a vida pessoal da profissional, a construção da marca costuma ser bem mais difícil.

Então, um bom ponto de partida é entender que você pode, sim, colocar limites no que deseja ou não compartilhar. Mas entenda também que não deve existir essa separação entre profissional e pessoal.

Um exemplo que gosto para facilitar o entendimento disso é pensar que você acabou de dar uma palestra e quer comemorar esse momento. Essa comemoração seria profissional ou pessoal? Difícil bater o martelo, não é?

Deixando essa separação de lado, vale reforçar que, em qualquer estratégia de construção de marca, uma das ferramentas mais importantes são as histórias.

Pode analisar.

Se uma empresa tem uma cultura forte e bem consolidada, pode ter certeza que seus colaboradores, clientes e admiradores conhecem alguma, ou algumas, das principais histórias — seja da sua origem, dos fundadores, ou de alguns clientes e cases de sucesso famosos.

Agora, costuma ser bem mais difícil pensar e catalogar as principais narrativas de uma empresa do que as de uma pessoa.

Se você fizer um exercício de pensar nas histórias e momentos mais importantes da sua vida, que você costuma contar com maior frequência e nos mais variados ambientes, tenho certeza que consegue listar várias em poucos minutos.

Se a cultura de uma empresa se fortalece dessa forma, o mesmo pode acontecer com sua marca. Quando as pessoas passam a conhecer e se lembrar de histórias específicas que você viveu, pode ter certeza que seu impacto e alcance foram bem longe.


Um homem conta as suas histórias tantas vezes que ele se torna suas histórias. Elas continuam vivas após ele partir e, dessa forma, ele se torna imortal.“

— Frase do filme Peixe Grande


E não precisa de uma produção hollywodiana para isso não.

Algumas narrativas que você pode explorar nessa estratégia são:

Viradas de chave

Esse é o exemplo mais clássico, que costuma aparecer com alguns nomes variados (ponto de virada, incidente incitante), e a ideia é captar momentos específicos que marcaram sua vida de uma forma que, depois deles, sua percepção sobre algo mudou drasticamente.

Esse tipo de história costuma chamar a atenção de várias pessoas que se identificam e também de pessoas que podem se atentar a essa percepção graças ao seu relato.

Exemplo mais pessoal: Você pratica o que diz? (ou “por que comecei a fazer terapia”)

Exemplo mais profissional: Quando minha vida se tornou uma vasta página em branco — e como isso me levou à lista dos Top Voices.

Demonstrações de suas Crenças e Valores

Crenças e Valores são alguns dos atributos mais importantes de uma marca, pessoal ou empresarial.

E um detalhe importante é que, por mais que você anuncie e grite para o mundo que você acredita em algo específico, nada será mais convincente e marcante que mostrar aquilo na prática a partir de experiências que você viveu, ou está vivendo.

📝 Exemplo: Tudo em nome dos cliques (e do dinheiro): no Marketing Digital, os fins realmente justificam os meios?

Histórias importantes na sua vida (não apenas profissional)

No fundo, você não precisa se preocupar tanto com o efeito que contar uma história vai proporcionar na sua audiência.

Porque, se algo foi importante para você a ponto de você se orgulhar de contar, tem uma chance gigantesca disso fazer sentido para outras pessoas e acabar marcando-as de alguma maneira.

Uma das maiores belezas do storytelling é que nem tudo precisa ser tão racional assim.

📝 Exemplo não tão racional assim: O dia em que aprendi a fazer bolo (ou quase isso)

Além de narrativas pessoais

Você pode até mesmo trabalhar com histórias relacionadas às suas principais referências e símbolos para associá-las à sua marca.

Por exemplo, se você se inspira muito em algum autor específico, ou autora específica, faz total sentido citar essa referência e de tempos em tempos.

Aos poucos, o próprio nome dessa pessoa acaba se tornando algo que ajuda sua audiência a se lembrar de você.

📝 Exemplo: O dia em que Johnny Cash calou a Casa Branca

Se você notar, vai ver que cada história que eu conto acaba reforçando alguma crença ou valor — mesmo que não seja intencional.

Especialmente quando é algo que você conta com paixão, você acaba transbordando sua essência naquele texto.

Todas essas histórias, inclusive, podem ser revisitadas e recontadas de tempos em tempos.

Use, abuse, conte e reconte. Sem moderação.

Aos poucos, elas ajudam a fortalecer a imagem que as pessoas formam de você e, com o tempo, essa imagem se torna sua marca pessoal.

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A paz de Contemplar o Caos para lidar com a sobrecarga de ideias e a Síndrome do “Vem aí” https://dimitrivieira.com/a-paz-de-contemplar-o-caos/ https://dimitrivieira.com/a-paz-de-contemplar-o-caos/#respond Mon, 15 May 2023 00:46:55 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=9173 “Você deve estar sofrendo”.

Foi o que escutei de uma amiga do RH nos tempos de CLT quando contei orgulhoso que meu perfil era Planejador, Executor e Analista — segundo um teste que não me lembro mais o nome.

Ironicamente, o único que não apareceu na época foi Comunicador.

Quando escutei isso dela, não ousei perguntar o motivo. Talvez por medo da resposta, talvez porque não éramos tão próximos assim também.

Simplesmente ri da mesma forma sem graça que teria rido de uma piada que já conhecia, para reagir de forma educada e transparecer menos que não sabia o que dizer.

Hoje, entendo bem o motivo.

Talvez, você nem tenha reparado, mas duas semanas atrás não tivemos nosso encontro semanal por aqui.

Tirei um tempinho para limpar a cabeça de projetos em aberto que cheguei a começar, mas não consegui dar sequência como gostaria.

Anotei todos numa lista e, somando itens e subitens, são 21 no total — além do meu trabalho hoje em dia.

Quando você trabalha com criatividade, ideias não costumam faltar. Difícil mesmo é filtrar e escolher em quais focar. Sem esse filtro, é como se estivéssemos operando com uma série de abas abertas no computador.

Se pular de uma para outra com muita frequência, você não evolui tão bem em nenhuma. Depois de um tempo, acaba se sobrecarregando e pode terminar numa tela azul chamada Burnout.

Sempre que saio para caminhar meus quase 7km em uma hora e não levo fones de ouvido, me lembro de um conto de ficção que faz parte de um desses projetos.

Nunca falha.

Como a ideia nasceu exatamente ali, às vezes tenho ideias para melhorar o conto e, outras vezes, apenas me lembro que ele continua encostado.

Quando a ideia de melhoria é boa, sempre anoto para não perder e me prometo que “depois de tal coisa, voltarei para finalizar”.

Alguns anos atrás, entendi que tenho o perfil de um inovador experimental: não trabalho tão rápido quanto gostaria, faço inúmeros rascunhos e tenho bastante dificuldade de alcançar minha própria satisfação.

Paul Cézanne, um dos mais importantes pintores impressionistas, também era assim. Ele até evitava assinar seus quadros para não admitir a si mesmo que havia terminado.

Por capricho do destino e meu, ainda não voltei.

Estamos sempre organizando as coisas e dizendo “depois de tal coisa, vai ficar mais fácil e vou me organizar melhor”.

O que aprendi é que não vai ficar muito mais fácil do que hoje. Especialmente se você convive com um Planejador, Executor, Analista e Comunicador na sua mente.

Depois dessa tal coisa, se tudo der certo, costuma aparecer outra para consumir seu tempo e energia.

Sempre planejamos para amanhã, mas os problemas costumam surgir hoje.

O discurso motivacional entraria para dizer que você precisa começar agora, feito é melhor que perfeito e blá blá blá.

Eu prefiro dizer que o ideal é não se enganar.

Dependendo do seu momento, não dá para tocar e fazer tudo o que você gostaria de fazer. Se você for como eu, que tem o hábito de empilhar ideias, é quase certo que nunca vai dar para fazer tudo o que gostaríamos.

Em vez de se prometer que vai começar depois de tal coisa, é melhor lembrar que não será tão mais fácil assim nesse momento.

Existe paz em aprender a contemplar o caos.

Certa vez, ouvi o Chuck Palahniuk dizer num podcast que um dos maiores inimigos de um escritor (ou criador) é não dar vazão às suas ideias. É como se o acúmulo de ideias não realizadas transformasse o gênio da lâmpada em demônio.

Esse pode ser apenas um nome mais assustador para a ansiedade de fazer acontecer.

O discurso motivacional também poderia entrar com tudo aqui, mas prefiro acreditar no charme de contemplar o caos.

Alguns anos atrás, era comum escutarmos que nunca tivemos acesso a tanta informação com tanta facilidade na história. Com a revolução da Inteligência Artificial que estamos vivendo, isso só se intensificou.

Se ter ideias nunca foi tão fácil, talvez, seguir com elas nunca tenha sido tão difícil.

Essa é a Síndrome do “Vem Aí”.

Anunciar projetos novos, hoje em dia, é ridiculamente fácil. Só que é mais fácil ainda cair no erro de escrever uma série de prefácios e nenhum livro.

Na era digital, o “vem aí” raramente é conjugado no passado.

Foi por isso que não tivemos nosso encontro duas semanas atrás.

Até ensaiei escrever esta edição e te enviar, mas não me senti à vontade para escrever um prefácio enquanto falava sobre isso.

Não seria honesto comigo, nem com você.

Então, dei uma olhada na lista dos 21 projetos e escolhi um para dar sequência: um manifesto, com vários artigos, sobre o que eu acredito quando o assunto é Escrita, Criação de Conteúdo, Marketing e Creator Economy.

A última edição que você recebeu na semana passada (Vale a pena apostar todas suas fichas em um “viral”?) faz parte desse manifesto.

Troquei o futuro pelo gerúndio no “vem aí”.

Tem pelo menos mais 4 ideias na minha lista de pautas e rascunhos que também serão parte desse projeto.

Enquanto contemplo o caos, não pretendo deixá-los como rascunho por muito mais tempo.

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Tudo em nome dos cliques: vale a pena apostar todas suas fichas em um “viral”? https://dimitrivieira.com/tudo-por-um-viral/ https://dimitrivieira.com/tudo-por-um-viral/#respond Wed, 03 May 2023 00:28:05 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=9080 2 milhões e 800 mil pessoas. Um único post.

É cada vez mais comum vermos pessoas ostentando métricas assim, não é? Agora, o que esses números te contam?

Esse foi o resultado de um conteúdo meu e já vamos falar sobre ele.

Primeiro, precisamos conversar sobre o fenômeno que se tornou viralizar nas redes sociais. Numa era em que 75% dos jovens brasileiros sonha ser influenciador digital, ter um post viral se tornou o pote de ouro do outro lado do arco-íris.

Todos os dias, conhecemos uma nova história de alguém que explodiu depois de um único post alcançar milhares de pessoas. É o novo “estourou da noite pro dia”.

Para muitas pessoas, viralizar se tornou um caminho. Para outras, mais do que trajetória, é a única finalidade de criar qualquer conteúdo.

Mas o que existe por trás de um viral?

Para começarmos essa conversa, poderia escolher vários exemplos: Luva de Pedreiro, Lil Nas X ficando milionário do dia para a noite graças ao TikTok, Anitta conquistando o topo do Spotify Global com uma música lançada meses atrás que — adivinha? — viralizou nas redes sociais.

Preferi escolher um exemplo que conheço bem e que aconteceu antes da rede social das dancinhas nascer.

O nascimento de um viral

3,4 bilhões de visualizações. Esse é o número atualizado do clipe de uma música publicado no YouTube em 2012, de um cantor folk, que continua no Top 30 vídeos do YouTube até hoje.

Na época, o compositor já fazia seus shows, mas passava boa parte do tempo como um artista de rua, apresentando-se com a capa do violão sempre aberta para receber uns trocados e com algumas cópias de seus CDs à venda.

Nessa fase da carreira, ele convivia com muitas pessoas de origens e histórias diferentes. Nas ruas, praças e em hostels.

Muitas dessas histórias acabaram se tornando algumas das minhas músicas preferidas que ele escreveu.

Talvez, quem sabe, alguma delas seria seu grande hit que o tornaria mundialmente conhecido e faria com que ele não precisasse mais ser um artista de rua?

Não foi o que aconteceu.

Mike Rosenberg, mais conhecido como Passenger e mais conhecido ainda como cantor de Let Her Go, escreveu uma música que ele próprio descreve como uma canção clichê sobre um término de relacionamento.

Foi ela que alcançou o topo em 16 países, mais de 3 bilhões de pessoas no YouTube e chegou a ser o vídeo mais assistido na história da Austrália.

Como um bom fã chato, é claro que aprendi a detestar Let Her Go e, sempre que posso, faço questão de passar a música. Então, aqui, não teria como fazer diferente.

Em vez de um vídeo dela, prefiro te mostrar esse abaixo, mas tem um motivo especial (além do cover maravilhoso de Don’t Think Twice, it’s Alright do Bob Dylan).

Esse vídeo foi gravado por alguém que passava pelas ruas de Hamburgo, no dia 17 de junho de 2012. Um mês antes do futuro hit do cantor ser postado.

É maravilhoso apertar o play e imaginar que o Mike do vídeo não fazia ideia que sua vida mudaria tanto em tão pouco tempo.

Fica ainda melhor se você conhece mais do trabalho do cantor.

A música autoral que ele canta, Words, somente seria lançada oficialmente em um álbum 3 anos depois, no excelente Whispers II. Isso é só um pequeno exemplo do repertório gigantesco do cantor, que lançou 14 álbuns na carreira até o momento.

Também é impressionante como a essência da sua performance em shows é a mesma do vídeo. Tive o prazer de ver três shows dele ao vivo e, inclusive, dois deles tiveram abertura do Stu Larsen — o mesmo cantor que o acompanha nessa gravação.

Let Her Go nunca foi fabricada para viralizar. Era apenas a próxima música — como ele sempre faz questão de contar após tocá-la em shows.

O que os números (não) contam?

Agora que o artigo ganhou uma trilha sonora, podemos voltar para o post de 2 milhões e 800 mil pessoas.

Era novembro de 2022, dia da estreia do Brasil na Copa do Mundo, o jogo mal tinha acabado e as redes sociais já estavam abarrotadas com histórias de superação e lições de moral inspiradas no gol do Richarlison.

Na época, estava divulgando meu trabalho e o curso de LinkedIn para Marcas Pessoais numa frequência maior. Decidi dar um respiro e, em vez de falar do gol do Brasil, decidi escrever sobre o canal onde assisti ao jogo: a estreia do Casimiro na transmissão da Copa.

Um texto rápido que não me tomou 10 minutos, uma pesquisa por uma foto do Cazé e pronto. O que seria apenas um respiro se tornou um dos meus posts com maior alcance no LinkedIn.

Em vez de teorizar sobre os motivos de ter tomado essa proporção toda, vamos nos ater aos números e aos resultados.

2 milhões e 800 mil.

Chama bastante atenção, rende um belo slide em apresentações para falar sobre o alcance orgânico do LinkedIn e foi um belo cartão de visitas para novas pessoas conhecerem meu trabalho — especialmente porque direcionei o foco do texto para Creator Economy.

Mas resultados mesmo? Já tive conteúdos com 20 curtidas que me trouxeram cliente, mas ainda não descobri alguém que chegou especificamente por esse post do Cazé.

Na maioria das histórias contadas sobre virais, os números impressionam, mas não te contam a história toda — especialmente se contadas pelos autores dos virais.

Quando não tem um contexto, então, pode desconfiar sempre.

Não vou mentir, faz muito bem pro ego ter um post com um alcance desses e é justamente assim que a busca por um viral pode se tornar uma armadilha.

A armadilha da busca constante por um viral

Quando algo ganha uma lei, é fácil ver que o buraco é mais embaixo.

É o caso da placa de proibição inusitada que encontramos por aí: se ela existe, é porque já houve problemas o bastante com aquilo para justificar uma placa.

E graças a um artigo recente do Vitor Peçanha, descobri que existe uma lei para essa discussão:


“Quando uma medida se torna uma meta, ela deixa de ser uma boa medida.”

Charles Goodhart – 1975


Um exemplo dessa lei, que o Peçanha trouxe no texto, aconteceu na Índia durante o domínio britânico. Na tentativa de reduzir a população de cobras venenosas, os governantes passaram a pagar uma recompensa por cada cobra que os locais conseguissem capturar.

O resultado?

Em vez de apenas capturar cobras, não demorou para os indianos começarem a criar suas próprias cobras para aumentar suas rendas. Vendo que a situação piorava, os britânicos pararam de pagar pelos animais e os locais que criavam cobras em cativeiro soltaram todas na natureza.

É sedutor falar apenas de temas em alta para tentar repetir a dose de dopamina de um viral. Nessas horas, o criador de conteúdo do LinkedIn se torna especialista em carreira, mercado de trabalho e investe pesado em indiretas para a ex(empresa).

Eu poderia me tornar o “especialista em Casimiro”. O Passenger poderia apostar apenas em clichês românticos. E poderia — aliás, pode — funcionar.

Mas, se tudo o que você faz é tentar criar um viral, o que as pessoas vão encontrar quando chegarem em seu perfil? Uma miscelânea de temas em alta e frases de efeito?

Se milhares de pessoas conhecerem você dessa forma, vai surtir algum efeito positivo além da dose de dopamina? Porque, na melhor das hipóteses, um viral se torna um belo cartão de visitas para conhecerem seu trabalho.

Mas e quando o seu trabalho se torna viralizar?

Histórias de virais trazem uma visão distorcida pelo efeito da retrospectiva. Na maioria dos casos, o criador apenas fazia seu trabalho, em vez de fabricar virais.

Inverter essa ordem até pode funcionar, mas a busca desenfreada para viralizar a qualquer custo costuma trazer efeitos colaterais na identidade e na essência do criador.

Vale pagar esse preço para apostar todas as suas fichas em um viral?

O próprio Passenger dá a resposta em outra música.


“A única coisa que eu sei, a única coisa que me dizem é que tenho que me vender se quiser vender minha música. Não quero que o diabo leve minha alma. Escrevo músicas que vêm do coração e não dou a mínima se elas vão entrar nas paradas ou não. A única forma de ser verdadeiro é dizer o que eu vejo e não ter nenhuma sombra pairando sobre mim.

(…)

Não quero parar, não serei persuadido a escrever palavras nas quais não acredito para ver meu rosto em uma tela de vídeo.”

— “27”, Passenger


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Qual é a minha idade mesmo? https://dimitrivieira.com/qual-e-a-minha-idade-mesmo/ https://dimitrivieira.com/qual-e-a-minha-idade-mesmo/#respond Wed, 19 Apr 2023 12:39:00 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=9096 17 de abril.

É uma das datas que mais tenho marcadas na minha cabeça.

4 dias antes de completar 18 anos, no dia 17 de abril de 2010, via o show da minha banda preferida pela primeira vez.

Um moleque de 17 anos com espinhas na cara no meio do que parecia um misto de motoqueiros, punks e tiozões.

Quase uma reunião pacífica dos Hell’s Angels na porta de uma padaria próxima à Via Funchal, para testemunhar a primeira (ainda única) vinda do Social Distortion ao Brasil.

Momentos antes do show, um punk tiozão encontrou na minha cara de deslumbrado uma oportunidade de despejar conhecimento.

“Moleque, não adianta te falarem que esse negócio de punk rock é só uma fase. Daqui uns 5, 10 anos você pode não ouvir essas músicas todo dia. Mas, quando ouvir, vai passar todo um filme na sua cabeça. Escuta o que eu tô te falando!” — 13 anos depois, acho que escutei.

Quando me perguntam minha banda preferida, ou show preferido que fui, Social Distortion tá na ponta da língua sempre. Quando a banda californiana entra no palco, tem uma aura diferente de qualquer outro show que já fui.

A pista inteira se transforma numa espécie de roda punk. Enquanto moleque de 17 anos, quando começaram a tocar, me perguntava o que eu fazia ali de tantos empurrões e porradas que chegavam de todos os lados.

Detalhe que a primeira música era instrumental e as rodas se intensificaram mesmo no final dela, quando emendaram com o cover de Under My Thumb, dos Rolling Stones.

Esse vídeo registrou exatamente a transição da 1ª para a 2ª música e captou um pouquinho do que é um show do Social Distortion.

É o tipo de show que até dá para gravar com o celular, mas é impossível manter um enquadramento instável e, se você insistir em gravar por muito tempo, corre sérios riscos de voltar para casa sem o telefone.

Foi só no final da segunda música que entendi o fenômeno e a experiência que eu estava vivendo.

Pode até parecer fanatismo dos brasileiros que recebiam os americanos pela primeira vez no Brasil, mas não. Tive o baita privilégio de ver outros dois shows deles — um em Los Angeles, outro em Londres — e o efeito é o mesmo.

Depois de vários anos com eles compondo boa parte da trilha sonora da minha vida, consigo facilmente associar uma música a cada vitória, a cada perrengue, a cada derrota, a cada tatuagem.

E nesse último fim de semana, o saudosismo ganhou um reforço com o retorno do Blink 182 aos palcos, no festival de Coachella.

Se o retorno do trio original resgatando vários hits dos anos 90 e 2000 traz uma nostalgia especial, “What’s my age again?” foi o ápice.

Na letra, Mark Hoppus conta como as pessoas e a sociedade esperam maturidade quando temos apenas 23 anos. Aos 51, após vencer um câncer, ele volta aos palcos para perguntar: qual é minha idade mesmo?

O post motivacional de redes sociais diria que o momento certo e a idade certa são os que você tem agora. Que a carreira de ator do Morgan Freeman deslanchou mesmo quando ele tinha 40, ou 50, com uma coletânea de outras pessoas que estouraram mais tarde.

Com os 31 batendo na porta, meu esforço é para ser um realista beirando o otimismo, e seguir aprimorando aos poucos esse filme que passa na minha cabeça — para que seja melhor a cada ano.

Então, sigo escutando.

Com algum risco de me tornar o tiozão do show em busca do próximo moleque deslumbrado. E uma esperança de continuar sendo também, de alguma forma, o moleque deslumbrado.

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A era da adjetivação https://dimitrivieira.com/a-era-da-adjetivacao/ https://dimitrivieira.com/a-era-da-adjetivacao/#respond Wed, 29 Mar 2023 12:36:00 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=9093 Marketing humanizado, conteúdo humanizado, escrita humanizada, produtividade humanizada, RH humanizado.

Recursos Humanos… humanizado.

Não sei se você reparou, mas estamos numa espécie de era da adjetivação.

É como se as áreas não funcionassem mais sozinhas. Elas precisam de um adjetivo e, muitas vezes, esse adjetivo é “humanizado”.

Só que humanizar, por definição, é tornar algo humano, certo?

Isso torna a moda de adjetivar setores ainda mais complexa.

Quando você diz, por exemplo, que seu marketing é humanizado, você implicitamente diz que os outros não são.

É um apontar de dedo sutil para outras pessoas, que não aderiram à mesma moda, para dizer que seu trabalho é desumano.

Aqui, podemos entrar num dilema.

Acusar outras pessoas da mesma área que você dessa forma seria “Marketing Humanizado”?

O próprio conceito nasce como um paradoxo para mim e, por isso, você raramente vai me ver adjetivar alguma área dessa forma.

Mas acho que essa adjetivação é um reflexo de que fomos longe demais em vários aspectos.

Em alguns casos, produtividade se tornou preencher cada minuto livre com mais trabalho; e marketing se tornou vender a qualquer custo.

Mas nunca foi o sentido original.

Então, não precisamos “humanizar” nada disso.

Só precisamos entender qual foi o ponto que passamos do limite, dar um passo atrás e dizer: é daqui que eu começo.

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O podrão resolve (e a Síndrome de The Sims) https://dimitrivieira.com/o-podrao-resolve-e-a-sindrome-de-the-sims/ https://dimitrivieira.com/o-podrao-resolve-e-a-sindrome-de-the-sims/#respond Thu, 09 Mar 2023 12:34:00 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=9090 No fim de noite, pós-balada ou algumas rodadas num bar, nunca vi alguém buscar hambúrguer artesanal para encerrar a noite.

Nem sei se existe essa possibilidade e, se houvesse, ainda aposto minhas fichas que a procura por um podrão seria maior.

Aquele sanduíche mais simples, com todos os ingredientes possíveis, feito na chapa.

Traz até uma certa nostalgia lembrar de alguns finais de noite comendo lanches assim e, com certeza, vários livros poderiam ser escritos apenas observando conversas entre amigos nesses momentos.

O hambúrguer artesanal não chega nem perto disso.

Pois então, na última semana, me vi numa discussão com um amigo sobre duas publicações que tinham objetivos parecidos.

Uma delas era extremamente sofisticada, com um card trabalhado na identidade visual da pessoa criadora — num estilo que você poderia reconhecer a autora só de bater o olho, se você conhece o trabalho dela.

A outra trazia uma imagem extremamente simples tirada de um banco de imagem, daquelas que qualquer pessoa poderia ter compartilhado.

Já viu onde quero chegar?

Os designers de plantão que me desculpem, mas tem momentos que uma identidade visual pode, sim, atrapalhar.

E o motivo está dois parágrafos atrás: a cara do post bem simples, de que “qualquer pessoa poderia compartilhar”, pode falar mais alto em certos momentos e ajudar na performance.

Foi o caso dessa discussão: a versão mais simples teve uma entrega melhor em todos os aspectos que você imaginar.

O podrão resolve.

E para incomodar um pouco mais os designers, faço o mea culpa por aqui para dizer que, muitas vezes, aprimorar o aspecto visual não passa de perfumaria.

Desde que passei a atuar como meu próprio designer, desenvolvi algo que batizei de Síndrome de The Sims.

(Um breve parêntese para dizer que, recentemente, essa era de ser meu próprio designer acabou. Podemos falar mais sobre isso depois.)

Nesse jogo de simulação de vida, você pode criar personagens e controlar suas vidas diárias, além de construir casas, decorá-las, ter empregos, fazer amigos, ter relacionamentos, e basicamente viver como se fosse uma segunda vida virtual.

Nos anos 2000, passei algumas horas jogando à minha maneira.

Digitava klapaucius, seguido de vários “;!” e transformava meu personagem em milionário. Para quem quiser testar, esse era o código — a manha, como dizíamos na época — para ficar rico no jogo.

Depois disso, construía uma mansão e reformava a casa inteira, para deixar tudo lindo conforme minha mente arquiteta infantil.

Com tudo pronto, chegava a hora de jogar de verdade a parte da simulação de vida e perdia a graça para mim.

Lembro de construir incontáveis casas no jogo, mas não me lembro de passar uma hora sequer simulando a vida de um personagem ali dentro.

Foi o que me vi fazendo algumas vezes desde que escolhi apostar em cards e carrosséis para criar conteúdo.

Certas vezes, criei a versão 5.0 mais bonita e refinada de algo que era funcional na 1ª versão. Em alguns momentos, essa versão 5.0 sequer saiu pro mundo.

Além do processo de aprendizado, o design se tornou uma atividade de descompressão para eu exercer a criatividade sem torrar tanto meus neurônios.

E antes que os designers decidam me xingar no Twitter, esse é o processo natural em qualquer atividade criativa.

O problema é que não existe klapaucius na vida real para me sustentar enquanto arrumo a casa.

Se você me perguntar sobre identidade visual, com o tempo, é maravilhoso pensar em algo que remeta à sua marca logo que as pessoas batam o olho.

Mas esse não deve ser o foco, especialmente para quem está começando.

Em vez de gourmetizar toda a experiência, é melhor começar servindo um podrão com guardanapo personalizado e evoluir aos poucos.

Até porque, pensando no consumidor, ninguém vive de podrões na madrugada para sempre.

Se tem algo que você deseja começar, mas continua travado porque falta algo, vale sempre se perguntar se é apenas perfumaria ou não.

Porque, na maioria das vezes, um bom podrão resolve.

Sem passas e sem purê de batata, por favor.

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4 ferramentas gratuitas para te ajudar a construir sua marca pessoal https://dimitrivieira.com/ferramentas-gratuitas-marca-pessoal/ https://dimitrivieira.com/ferramentas-gratuitas-marca-pessoal/#respond Thu, 02 Mar 2023 13:35:05 +0000 https://dimitrivieira.com/?p=9036 Ao começar uma estratégia de construção de marca pessoal, é comum que as pessoas comecem a criar e compartilhar conteúdo a partir de sua intuição.

Claro que pode funcionar e trazer excelentes resultados, mas também pode te levar a investir esforços em algo que não faça tanto sentido assim.

Por exemplo, investir num tema em alta que traga alcance e curtidas — as famosas métricas da vaidade —, mas que não está alinhado com seus objetivos, nem com seu posicionamento.

Então, em qualquer acompanhamento individual e também no curso de LinkedIn para Marcas Pessoais, faço questão de trazer algumas ferramentas. Nem todas são gratuitas e algumas foram desenvolvidas por mim, a partir da experiência prática.

Porém, algumas ferramentas e métodos gratuitos podem te ajudar demais na hora de se organizar para ter mais clareza e um direcionamento.

No artigo de hoje, listei 4 ferramentas que você pode utilizar de graça e que vão te ajudar bastante a construir sua marca pessoal.

1. Análise SWOT

Provavelmente, é a mais conhecida da lista e, por isso, decidi logo abrir com ela.

Por ser mais conhecida, também costuma ser subestimada às vezes e a verdade é que uma análise SWOT bem feita funciona muito bem como um brainstorm para te ajudar a definir seus próximos passos.

A sigla vem do inglês: Strenghts, Weaknesses, Opportunities e Threats. Numa versão brasileira, poderia ser matriz FOFA: Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças.

A ideia dela é bem simples: separando entre fatores positivos e negativos, cruzados com fatores internos e externos, você preenche cada um dos 4 quadrantes como a imagem mostra.

Não precisa investir muito tempo, nem queimar tantos neurônios aqui. Costuma funcionar melhor como um exercício rápido mesmo para listar pontos que você pode explorar e trabalhar melhor.

2. Antes e Depois

Com a Matriz SWOT (ou FOFA) preenchida, para te trazer ainda mais clareza sobre seus próximos passos, é super válido um exercício de antes e depois.

Para descrever e listar seu momento atual, destacando seu principal ponto forte e seu principal ponto fraco, em contraponto com o que você deseja alcançar.

No caso de reposicionamento de marca, também funciona muito bem traçar o paralelo entre seus diferentes momentos. Como comentei num post recente, estou exatamente nesse momento.

Então, tem um exemplo fresquinho de como preenchi um quadro de antes e depois:

3. Mapa de Referências

Nessa etapa, você terá um excelente direcionamento sobre os temas que você deverá abordar em sua linha editorial e boas ideias para os formatos também.

Agora, vale buscar referências para cada um desses temas e também trazer algumas pessoas especialistas que você admira pelo posicionamento, mesmo que não seja do seu nicho.

O principal objetivo é entender diferentes formas de tratar esses assuntos que você pode trazer para seu estilo próprio.

⚠ Cuidado para não confundir referência com plágio: se algum conteúdo te inspirar a criar algo novo, não custa nada (nem dói) citar sua referência e você ainda melhora a experiência dos seus leitores ao apresentar novas fontes para eles.

Por exemplo, um dos temas que pretendo passar a trabalhar com mais frequência é Creator Economy e, como uma das minhas fraquezas na SWOT era autoridade mais baixa fora do LinkedIn, fiz questão de buscar referências no Instagram.

Nem todos os nomes falam apenas sobre esse assunto, mas acabam trabalhando de uma forma que achei interessante:

  • Rafael Kiso: resultados de pesquisas que dialogam diretamente com criadores de conteúdo, influenciadores e marketing no geral;
  • YOUPIX: estratégias e negócios para Creator Economy;
  • Issaaf Karhawi: influência e plataformas por uma perspectiva mais estudiosa;
  • Trope: consultoria que co-cria soluções para negócios com a Geração Z (tem o foco mais direcionado para vídeos e TikTok, e a forma como trabalham bastidores das campanhas é fantástica).

* Um agradecimento especial ao Cristian Schaeffer, que foi quem me apresentou a Trope.

4. DISC

Se reparar bem, você vai notar que as ferramentas anteriores não te ajudam tanto assim a trazer sua essência para seus conteúdos — o que é um ponto-chave.

Ao trabalhar bem suas habilidades e área de atuação, conciliadas com seus valores e paixões, você consegue construir uma comunidade alinhada com o que você acredita e interessada em se aprofundar nos seus assuntos.

Só tem um detalhe: para funcionar bem, a melhor forma é trabalhar seu autoconhecimento.

Apesar de não ser tão simples encontrar ferramentas gratuitas que te ajudem nisso, uma delas é o DISC.

Uma ferramenta bastante usada por RHs e que te ajuda a entender seu perfil profissional em 4 fatores: Dominância, Influência, Estabilidade e Conformidade.

Para fazer seu teste mesmo e ter acesso imediato a um relatório completo de graça, a melhor maneira que conheço é pelo app do Peixe 30.

Basta preencher o Assessment, que não te toma nem 10 minutos, e você terá acesso a um relatório como esse aqui embaixo.

Clique aqui para fazer seu cadastro no Peixe30 para gerar seu próprio relatório DISC personalizado.

Trabalhando bem com essas 4 ferramentas, você já vai ter um seus próximos passos, pontos fortes e pontos fracos muito bem desenhados para construir sua marca pessoal.

E você, conhece alguma ferramenta gratuita além dessas?

Me conta aí nos comentários!

* Esse artigo é um conteúdo publicitário produzido em parceria com o Peixe 30.

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