Dimitri Vieira

Suas histórias, sua marca: como narrativas pessoais fortalecem sua imagem e seu nome

Suas histórias, sua marca: como narrativas pessoais fortalecem sua imagem e seu nome

Algumas dúvidas que mais costumo escutar quando o assunto é construção de marca pessoal são sobre como separar a vida profissional e a vida pessoal, e até que ponto faz sentido compartilhar vulnerabilidades e intimidades.

Parte dessas dúvidas nascem porque é comum uma transferência da abordagem clássica de construção de marca de empresas para pessoas.

Apesar de algumas etapas fazerem sentido para os dois cenários, existe uma diferença muito grande também.

No caso de uma empresa, existem alguns atributos que precisam ser construídos e moldados conforme o que a marca deseja transmitir, como o tom de voz.

No caso da marca pessoal, a maioria dos atributos já existe. É uma questão de escavá-los e entender a melhor maneira para trazê-los à tona, porque será a partir desses atributos que a marca se forma numa estratégia de posicionamento.

Nisso, a distinção entre vida pessoal e vida profissional pode se tornar um obstáculo.

Claro que ninguém deveria se obrigar a compartilhar tudo o que vive nas redes sociais, mas, quando existem muitas restrições para separar a vida pessoal da profissional, a construção da marca costuma ser bem mais difícil.

Então, um bom ponto de partida é entender que você pode, sim, colocar limites no que deseja ou não compartilhar. Mas entenda também que não deve existir essa separação entre profissional e pessoal.

Um exemplo que gosto para facilitar o entendimento disso é pensar que você acabou de dar uma palestra e quer comemorar esse momento. Essa comemoração seria profissional ou pessoal? Difícil bater o martelo, não é?

Deixando essa separação de lado, vale reforçar que, em qualquer estratégia de construção de marca, uma das ferramentas mais importantes são as histórias.

Pode analisar.

Se uma empresa tem uma cultura forte e bem consolidada, pode ter certeza que seus colaboradores, clientes e admiradores conhecem alguma, ou algumas, das principais histórias — seja da sua origem, dos fundadores, ou de alguns clientes e cases de sucesso famosos.

Agora, costuma ser bem mais difícil pensar e catalogar as principais narrativas de uma empresa do que as de uma pessoa.

Se você fizer um exercício de pensar nas histórias e momentos mais importantes da sua vida, que você costuma contar com maior frequência e nos mais variados ambientes, tenho certeza que consegue listar várias em poucos minutos.

Se a cultura de uma empresa se fortalece dessa forma, o mesmo pode acontecer com sua marca. Quando as pessoas passam a conhecer e se lembrar de histórias específicas que você viveu, pode ter certeza que seu impacto e alcance foram bem longe.


Um homem conta as suas histórias tantas vezes que ele se torna suas histórias. Elas continuam vivas após ele partir e, dessa forma, ele se torna imortal.“

— Frase do filme Peixe Grande


E não precisa de uma produção hollywodiana para isso não.

Algumas narrativas que você pode explorar nessa estratégia são:

Viradas de chave

Esse é o exemplo mais clássico, que costuma aparecer com alguns nomes variados (ponto de virada, incidente incitante), e a ideia é captar momentos específicos que marcaram sua vida de uma forma que, depois deles, sua percepção sobre algo mudou drasticamente.

Esse tipo de história costuma chamar a atenção de várias pessoas que se identificam e também de pessoas que podem se atentar a essa percepção graças ao seu relato.

Exemplo mais pessoal: Você pratica o que diz? (ou “por que comecei a fazer terapia”)

Exemplo mais profissional: Quando minha vida se tornou uma vasta página em branco — e como isso me levou à lista dos Top Voices.

Demonstrações de suas Crenças e Valores

Crenças e Valores são alguns dos atributos mais importantes de uma marca, pessoal ou empresarial.

E um detalhe importante é que, por mais que você anuncie e grite para o mundo que você acredita em algo específico, nada será mais convincente e marcante que mostrar aquilo na prática a partir de experiências que você viveu, ou está vivendo.

📝 Exemplo: Tudo em nome dos cliques (e do dinheiro): no Marketing Digital, os fins realmente justificam os meios?

Histórias importantes na sua vida (não apenas profissional)

No fundo, você não precisa se preocupar tanto com o efeito que contar uma história vai proporcionar na sua audiência.

Porque, se algo foi importante para você a ponto de você se orgulhar de contar, tem uma chance gigantesca disso fazer sentido para outras pessoas e acabar marcando-as de alguma maneira.

Uma das maiores belezas do storytelling é que nem tudo precisa ser tão racional assim.

📝 Exemplo não tão racional assim: O dia em que aprendi a fazer bolo (ou quase isso)

Além de narrativas pessoais

Você pode até mesmo trabalhar com histórias relacionadas às suas principais referências e símbolos para associá-las à sua marca.

Por exemplo, se você se inspira muito em algum autor específico, ou autora específica, faz total sentido citar essa referência e de tempos em tempos.

Aos poucos, o próprio nome dessa pessoa acaba se tornando algo que ajuda sua audiência a se lembrar de você.

📝 Exemplo: O dia em que Johnny Cash calou a Casa Branca

Se você notar, vai ver que cada história que eu conto acaba reforçando alguma crença ou valor — mesmo que não seja intencional.

Especialmente quando é algo que você conta com paixão, você acaba transbordando sua essência naquele texto.

Todas essas histórias, inclusive, podem ser revisitadas e recontadas de tempos em tempos.

Use, abuse, conte e reconte. Sem moderação.

Aos poucos, elas ajudam a fortalecer a imagem que as pessoas formam de você e, com o tempo, essa imagem se torna sua marca pessoal.

Dimitri Vieira

Sou um escritor e produtor de conteúdo, especializado em Escrita Criativa, Storytelling e LinkedIn para Marcas Pessoais. Minhas maiores paixões sempre foram a música, o cinema e a literatura. Escrevendo textos na internet, consegui unir o melhor desses três universos, e o que era um hobby acabou me transformando em LinkedIn Top Voice e, hoje, se tornou minha profissão.

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